Em delação, ex-ajudante de ordens afirma que operação visava 'neutralizar' o ministro do STF.
19 de Fevereiro de 2025 às 06h06

Mauro Cid revela que Bolsonaro ordenou monitoramento de Alexandre de Moraes

Em delação, ex-ajudante de ordens afirma que operação visava 'neutralizar' o ministro do STF.

Em uma revelação impactante, o tenente-coronel Mauro Cid afirmou em sua delação premiada que o ex-presidente Jair Bolsonaro ordenou o monitoramento do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A denúncia, apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, aponta Bolsonaro como líder de uma organização criminosa com objetivos autoritários.

A delação de Cid, que faz parte de uma investigação mais ampla sobre uma suposta trama golpista, revela detalhes alarmantes sobre a operação conhecida como “Copa 2022”. Segundo Cid, o monitoramento de Moraes estava vinculado a um plano que visava sua “neutralização”, que incluía até mesmo a possibilidade de assassinato.

O ex-ajudante de ordens relatou que a solicitação para monitorar o ministro foi feita ao coronel Marcelo Câmara, um dos denunciados, que teria desempenhado um papel crucial nas ações criminosas. Cid declarou: “Quem solicitou o monitoramento do Ministro Alexandre de Moraes foi o ex-Presidente Jair Bolsonaro”, evidenciando a ligação direta entre o ex-mandatário e a operação.

De acordo com a denúncia, a operação tinha como alvos não apenas Moraes, mas também o presidente Lula e seu vice, Geraldo Alckmin. O plano, que foi elaborado por militares e outros envolvidos, buscava criar uma situação que pudesse levar a um golpe de Estado.

O procurador Gonet destacou que a operação “Copa 2022” tinha como objetivo arrastar o Alto Comando do Exército para a aventura golpista, e que as ações de monitoramento foram uma parte inicial desse plano. As informações de Cid corroboram a gravidade das acusações contra Bolsonaro e seus aliados.

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Além disso, a delação de Cid menciona que as solicitações de monitoramento inicialmente partiam de outros envolvidos, como Rafael Martins de Oliveira e Hélio Ferreira Lima, que também estão sendo investigados por suas ligações com a operação. Cid ressaltou a “relevante contribuição” de Câmara para a execução das ações violentas.

As informações apresentadas na delação de Mauro Cid foram consideradas fundamentais para a investigação em curso, que busca esclarecer a extensão das ações planejadas contra figuras proeminentes do governo e do Judiciário. A gravidade das alegações levanta preocupações sobre a segurança dos ministros do STF e a integridade das instituições democráticas no Brasil.

O procurador Gonet, ao formalizar a denúncia, enfatizou que as ações orquestradas por Bolsonaro e seus aliados não apenas ameaçaram a estabilidade do país, mas também colocaram em risco a vida de autoridades constitucionais. A denúncia inclui a descrição de métodos que poderiam ser utilizados para efetivar os planos, como explosivos e envenenamento.

Em um dos trechos da denúncia, Gonet menciona que, no dia 15 de dezembro de 2022, os operadores do plano estavam prontos para agir, mas não conseguiram consumar a ação devido à falta de apoio do Comandante do Exército, o que impediu a execução do que havia sido planejado.

Com a delação de Mauro Cid, a investigação avança em busca de esclarecer os detalhes dessa trama que, segundo as autoridades, poderia ter consequências devastadoras para a democracia brasileira.

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