Advogado de Bolsonaro pede julgamento em plenário e anulação de delação de Mauro Cid
Celso Vilardi se reuniu com o presidente do STF, Luiz Roberto Barroso, para tratar de questões do inquérito contra Bolsonaro.
O advogado Celso Vilardi, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro, se reuniu na tarde desta segunda-feira, 24, com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Roberto Barroso. Durante o encontro, que durou cerca de 20 minutos, Vilardi solicitou que o inquérito que investiga Bolsonaro e outros 33 denunciados seja julgado no plenário da Corte.
Vilardi informou que pretende apresentar petições que justifiquem a necessidade de que o caso seja analisado pelos 11 ministros do STF. O advogado destacou que essa estratégia é fundamental para garantir uma defesa mais robusta para Bolsonaro.
Barroso, por sua vez, afirmou que irá considerar as petições e os documentos que serão anexados aos pedidos. O presidente do STF estava acompanhado de assessores durante a reunião.
O inquérito em questão investiga um suposto plano de golpe de Estado, com base em delações e provas coletadas pela Polícia Federal ao longo de quase dois anos de investigação. A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Bolsonaro e outros 33 indivíduos, incluindo o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, cuja delação é um dos principais elementos da acusação.
Atualmente, o processo está sob análise da Primeira Turma do STF, que deve decidir se Bolsonaro se tornará réu pelos crimes apontados. O colegiado é presidido pelo ministro Alexandre de Moraes, que é o relator do caso e possui a expectativa de obter a maioria dos votos.
A defesa de Bolsonaro argumenta que a complexidade do processo justifica a solicitação de julgamento no plenário. Segundo Vilardi, os bolsonaristas acreditam que o ex-presidente pode contar com dois a três votos a seu favor, o que poderia descredibilizar o relatório de Moraes.
Além do pedido de julgamento, Vilardi também anunciou que irá solicitar a anulação da delação premiada de Mauro Cid. O depoimento de Cid é considerado uma das provas mais contundentes contra Bolsonaro no inquérito. O advogado expressou sua intenção de contestar a validade dessa delação, que é central para a acusação.
Após a reunião, Vilardi conversou com jornalistas e reiterou que ainda está “tentando” estender o prazo para responder à denúncia da PGR, que foi negado pelo relator Alexandre de Moraes. O prazo de 15 dias, estabelecido na última quarta-feira, 19, permanece em vigor.
O advogado também comentou sobre a divulgação de novos áudios da Polícia Federal, que fazem parte da investigação, afirmando que eles não complicam a situação de Bolsonaro, e que é necessário analisar o contexto das informações apresentadas.
O julgamento da denúncia contra Bolsonaro e os outros acusados ainda não tem data definida, mas considerando os trâmites legais, é possível que ocorra ainda neste primeiro semestre de 2025.
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