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Polícia Federal realiza operação contra fintechs ligadas ao PCC em SP
Ação investiga lavagem de dinheiro e cumpre mandados de prisão e busca em várias cidades paulistas
São Paulo – A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público de São Paulo (MPSP) deflagraram nesta terça-feira (25) a chamada Operação Hydra, que visa combater a lavagem de dinheiro associada ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A operação se concentra em duas fintechs, instituições financeiras que operam fora do sistema bancário tradicional, e foi desencadeada a partir das delações de Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, um delator que foi assassinado em novembro de 2024 no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
Durante a operação, as autoridades cumpriram um mandado de prisão preventiva e dez mandados de busca e apreensão em endereços localizados nas cidades de São Paulo, Santo André e São Bernardo do Campo. A investigação busca desarticular um esquema de lavagem de dinheiro que utiliza essas fintechs para movimentar valores ilícitos.
Gritzbach, que foi alvo de uma execução a tiros de fuzil, havia revelado informações sobre a atuação das fintechs no branqueamento de bens e valores provenientes de atividades criminosas. Segundo o MPSP, “o colaborador jogou luz na atuação de fintechs para o branqueamento de bens e valores oriundos de atividades criminosas”, destacando a importância de sua delação para o andamento das investigações.
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As fintechs em questão, a 2GO Bank e a InvBank, são acusadas de oferecer serviços financeiros alternativos e de empregar estratégias complexas de engenharia financeira para ocultar os verdadeiros beneficiários dos recursos movimentados. A PF afirma que essas instituições constituíram uma rede para facilitar a lavagem de dinheiro, tornando mais difícil a identificação de transações ilícitas.
Além dos mandados de prisão e busca, a Justiça também determinou o bloqueio de valores em oito contas bancárias vinculadas às fintechs investigadas, bem como a suspensão temporária das atividades econômicas das instituições de pagamento envolvidas no esquema.
O caso destaca a crescente preocupação das autoridades em relação ao uso de fintechs para atividades criminosas, especialmente em um cenário onde a tecnologia financeira avança rapidamente. A operação Hydra é um exemplo da ação coordenada entre a PF e o MPSP para enfrentar a criminalidade organizada e proteger o sistema financeiro nacional.
A investigação continua em andamento, com as autoridades analisando as informações coletadas durante as buscas e apreensões, além de avaliar a extensão das operações das fintechs no contexto da lavagem de dinheiro associada ao PCC.
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