O ex-ministro dos Direitos Humanos é investigado por denúncias de assédio e importunação sexual
25 de Fevereiro de 2025 às 13h42

Silvio Almeida depõe à PF nesta terça-feira sobre acusações de assédio sexual

O ex-ministro dos Direitos Humanos é investigado por denúncias de assédio e importunação sexual

O ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, prestará depoimento à Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (25), em São Paulo. Este será o primeiro momento em que Almeida, advogado de formação, dará esclarecimentos sobre as denúncias de assédio e importunação sexual que pesam contra ele.

O depoimento está agendado para as 14h e será realizado por videoconferência. A investigação foi prorrogada por mais 60 dias pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), que atendeu a um pedido da PF, justificando a necessidade de mais tempo para concluir as apurações.

Almeida, que ocupou o cargo de ministro até setembro de 2024, foi acusado por várias mulheres, incluindo a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Ele foi exonerado do cargo um dia após a ONG Me Too Brasil divulgar as denúncias.

Em resposta às acusações, Almeida afirmou que as denúncias de Anielle Franco eram “fofocas e intrigas”, e sugeriu que a ministra “se perdeu no personagem” ao fazer as acusações. Em entrevista ao UOL, ele declarou: “A ministra Anielle Franco caiu numa armadilha pela falta de compreensão de como funciona a política. Eu acho que ela se perdeu no personagem. Quando você se torna ministro de Estado, a intriga se torna uma arma política.”

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

Após as declarações de Almeida, Anielle Franco criticou a tentativa de desqualificar as vítimas de assédio, ressaltando que suas experiências não devem ser minimizadas. A ministra enfatizou que, ao prestar depoimento como investigado, Almeida utilizou um espaço público para atacar as denúncias, perpetuando um ciclo de violência e intimidando outras vítimas.

Anielle reafirmou sua confiança nas investigações da PF e seu compromisso com a defesa das vítimas, combatendo a violência de gênero e raça. Ela também destacou que o direito de defesa é garantido, mas não deve ser usado como uma ferramenta de desinformação ou revitimização.

O caso de Almeida ganhou destaque após a divulgação das denúncias em setembro de 2024, quando várias mulheres se manifestaram publicamente. O ex-ministro, por sua vez, nega as acusações e, em suas redes sociais, afirmou que pretende retomar seus projetos, declarando: “Eu estou vivo, continuo indignado e não quero compaixão e nem segunda chance. Eu quero justiça.”

Almeida, que foi ministro desde o início do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, deixou o cargo após as denúncias, que foram amplamente divulgadas pela imprensa. A nova ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, assumiu a pasta após a exoneração de Almeida.

O depoimento de Almeida à PF marca um momento importante na investigação, que busca esclarecer as denúncias e garantir a responsabilização adequada, caso as acusações sejam confirmadas.

Veja também:

Tópicos: