O ex-ministro dos Direitos Humanos foi ouvido em investigação sobre denúncias de assédio sexual.
25 de Fevereiro de 2025 às 21h46

Silvio Almeida depõe por mais de duas horas na PF sobre acusações de assédio

O ex-ministro dos Direitos Humanos foi ouvido em investigação sobre denúncias de assédio sexual.

O ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, prestou depoimento à Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (25), durando mais de duas horas e meia. O depoimento está relacionado a uma investigação sobre alegações de assédio sexual que teriam ocorrido durante seu mandato no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Almeida, que ocupou o cargo desde o início do terceiro mandato de Lula, foi exonerado em setembro de 2024 após seu nome ser vinculado a diversas denúncias de assédio sexual e moral, incluindo acusações feitas pela ministra da Igualdade Social, Anielle Franco. As denúncias vieram à tona em setembro do ano passado, quando o caso foi revelado por um veículo de comunicação.

No depoimento à PF, a irmã da ex-vereadora Marielle Franco, também mencionada nas investigações, confirmou as alegações e afirmou que os episódios de assédio teriam iniciado em 2022, durante o processo de transição presidencial.

Após o caso envolvendo Anielle Franco, outras mulheres também se manifestaram publicamente, acusando Almeida de assédio e importunação sexual. As denúncias geraram um clima de tensão e repercussão na esfera política e social.

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Às vésperas do depoimento, Silvio Almeida concedeu uma entrevista em que negou as acusações feitas por Anielle Franco. A ministra, por sua vez, criticou a tentativa de desqualificar as vítimas de assédio, afirmando que essa postura é inaceitável e perpetua a violência contra mulheres que denunciam.

“Na véspera de prestar depoimento à Polícia Federal como investigado, o acusado escolheu utilizar um espaço público para atacar e desqualificar as denúncias, adotando uma postura que perpetua o ciclo de violência e intimida outras vítimas. O direito à defesa é assegurado, mas não pode ser usado como instrumento de desinformação e revitimização”, disse Anielle Franco.

O ex-ministro, que já se manifestou sobre as acusações, classificou as denúncias como “fofocas e intrigas”, afirmando que as alegações são infundadas. A expectativa é que o inquérito que investiga as denúncias chegue à sua conclusão nos próximos dias, com a possibilidade de indiciamento por importunação sexual.

As investigações, que correm em sigilo, estão na fase final, e a PF deve apresentar um relatório ao Supremo Tribunal Federal, onde o caso será analisado pelo relator, o ministro André Mendonça.

Recentemente, Almeida também foi alvo de críticas por suas declarações, onde insinuou que as denúncias poderiam ser uma retaliação política. Essa afirmação foi rebatida por Anielle Franco, que destacou a gravidade das acusações e a necessidade de um ambiente seguro para que as vítimas possam se manifestar.

O caso de Silvio Almeida é emblemático e reflete um contexto mais amplo de discussões sobre assédio sexual e a importância de dar voz às vítimas, especialmente em ambientes de poder. A sociedade aguarda agora os desdobramentos das investigações e as possíveis consequências para o ex-ministro.

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