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Esposa de policial civil foragida é acusada de lavagem de dinheiro para o PCC
Danielle Bezerra dos Santos, esposa do policial Rogério Felício, é considerada foragida após prisão preventiva decretada pela Justiça.
A Justiça de São Paulo decretou a prisão preventiva de Danielle Bezerra dos Santos, esposa do policial civil Rogério de Almeida Felício, conhecido como Rogerinho. Ela é suspeita de envolvimento em atividades de lavagem de dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das principais facções criminosas do Brasil. As informações foram divulgadas pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP).
De acordo com a denúncia do MPSP, Danielle atuava em um esquema de lavagem de dinheiro relacionado a atividades ilícitas do PCC, incluindo tráfico de drogas. A prisão foi autorizada na quinta-feira, 17, mas Danielle não foi localizada e agora é considerada foragida.
As investigações apontam que ela tinha conhecimento das supostas atividades criminosas de seu marido, que já foi denunciado por organização criminosa e peculato. Danielle também é acusada de utilizar empresas laranjas para ocultar a origem de valores ilícitos, facilitando a movimentação financeira do esquema.
Danielle Bezerra é viúva de Felipe Geremias dos Santos, conhecido como Alemão, que foi um dos gerentes do PCC na região metropolitana de São Paulo. Ele foi morto em 2019. Após sua morte, Danielle passou a cobrar dívidas de devedores do PCC, com a ajuda de Rogério, conforme revelam gravações obtidas pela investigação.
Rogério Felício, que também foi preso, é acusado de extorquir bens de Vinícius Gritzbach, um delator do PCC que foi assassinado em novembro do ano passado. Gritzbach havia revelado informações sobre a atuação de policiais corruptos, incluindo Rogério, em seu depoimento ao MPSP.
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As gravações mostram diálogos entre Danielle e Rogério, onde discutem a cobrança de dívidas e a utilização de métodos violentos para garantir o pagamento. Em uma das conversas, Danielle orienta seu pai a depositar dinheiro em contas de empresas laranjas, afirmando que essas contas não têm vínculo com seus CPF, o que evitaria problemas legais.
A Justiça também aceitou a denúncia do MPSP contra 12 pessoas, incluindo oito policiais civis, empresários e um advogado, por envolvimento com o PCC. O juiz responsável pelo caso destacou a robustez das provas apresentadas e as evidências de que os acusados atuavam em conluio com a facção criminosa.
O MPSP solicitou que os acusados paguem R$ 40 milhões em reparação pelos danos causados pelos crimes, além de ressarcimento por danos morais coletivos. A Justiça determinou que as provas obtidas na investigação sejam compartilhadas com a Corregedoria da Polícia Civil para possíveis processos disciplinares contra os denunciados.
A defesa de Rogério Felício e outros acusados alegou que a denúncia é baseada em ilações e não apresenta provas concretas. A reportagem tenta contato com a defesa de Danielle Bezerra para obter mais informações sobre sua situação.
As investigações continuam em andamento, e a Polícia Civil reafirma seu compromisso com a apuração rigorosa de qualquer envolvimento de seus membros com o crime organizado.
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