Medida visa promover a unidade nacional e revoga exigência de serviços em outros idiomas, segundo a Casa Branca.
28 de Fevereiro de 2025 às 17h45

Trump assina decreto para tornar o inglês a língua oficial dos EUA pela primeira vez

Medida visa promover a unidade nacional e revoga exigência de serviços em outros idiomas, segundo a Casa Branca.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que assinará um decreto estabelecendo o inglês como a língua oficial do país. A decisão, que será formalizada nesta sexta-feira, marca um momento histórico, pois os EUA nunca tiveram uma língua oficial reconhecida em nível federal. A informação foi divulgada por um funcionário da Casa Branca, que preferiu não ser identificado.

Segundo o alto funcionário, a medida tem como objetivo “promover a unidade” entre os cidadãos. “Chegou a hora do inglês ser reconhecido como língua oficial dos EUA”, afirmou. O decreto reafirma a crença de que uma linguagem comum pode fortalecer a coesão nacional e facilitar a integração dos recém-chegados à cultura e às tradições locais.

Além de estabelecer o inglês como língua oficial, o decreto revogará uma política anterior implementada pelo ex-presidente Bill Clinton, que exigia que agências federais e entidades financiadas pelo governo garantissem acesso a serviços públicos para pessoas com proficiência limitada em inglês. Com a nova norma, essas agências terão autonomia para decidir sobre a oferta de serviços em outros idiomas.

Essa decisão de Trump é vista como parte de uma série de políticas que visam restringir a imigração e promover a assimilação cultural. Desde sua primeira campanha presidencial, o presidente tem defendido que o inglês deve ser a língua predominante nos Estados Unidos, enfatizando a importância de um idioma comum em um país com grande diversidade linguística.

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Estudos indicam que mais de 78% da população americana fala exclusivamente inglês em casa, mas uma parte significativa da população utiliza outras línguas, incluindo o espanhol, que é falado por mais de 43 milhões de pessoas no país. Essa mudança pode impactar diretamente milhões de cidadãos que falam idiomas diferentes em seu cotidiano.

A medida também reflete uma tendência crescente de nacionalismo linguístico em várias partes do mundo, onde governos buscam reforçar a identidade nacional através da promoção de uma língua específica. A questão da língua oficial é complexa nos Estados Unidos, onde mais de 350 idiomas são falados, incluindo línguas nativas e outras como o chinês, o tagalo e o árabe.

Historicamente, vários projetos de lei que tentaram declarar o inglês como língua oficial falharam no Congresso. Contudo, com a ascensão de Trump ao poder, a discussão sobre a língua oficial do país ganhou novo impulso. Durante um debate nas primárias republicanas em 2015, Trump afirmou: “Somos um país que fala inglês e não espanhol”, reforçando sua posição a favor do inglês como língua dominante.

Os políticos têm utilizado esses dados demográficos em campanhas eleitorais, especialmente ao se dirigirem a eleitores latinos, um grupo que pode ser afetado significativamente pela nova política linguística. A decisão de Trump pode ter repercussões nas próximas eleições, uma vez que a comunidade hispânica é um segmento importante do eleitorado americano.

Com essa nova medida, o presidente Trump busca consolidar sua base de apoio, ao mesmo tempo em que enfrenta críticas de grupos que defendem a diversidade linguística e cultural nos Estados Unidos. A implementação do decreto ainda não possui uma data definida, mas a expectativa é que a assinatura ocorra em breve.

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