MEC divulga guias sobre uso consciente de celulares nas escolas brasileiras
Iniciativa visa integrar tecnologia ao aprendizado, promovendo debates entre educadores sobre uso pedagógico de dispositivos móveis.
O Ministério da Educação (MEC) lançou, na última sexta-feira (31), dois guias que abordam o uso consciente de celulares nas escolas. Um dos documentos é destinado a instituições de ensino em todo o Brasil, enquanto o outro foca nas redes de educação.
As publicações têm como objetivo incentivar diálogos entre educadores e a definição de estratégias para incorporar celulares e tablets no processo de aprendizagem. Além disso, os guias oferecem orientações práticas sobre os desafios e oportunidades do uso consciente desses dispositivos no ambiente escolar, ressaltando a importância do uso pedagógico.
As orientações do MEC surgem após a sanção da Lei nº 15.100/2025, que regulamenta o uso de aparelhos eletrônicos portáteis, como celulares smartphones e tablets, durante aulas, recreios e intervalos em todas as etapas da educação básica. A nova legislação permite o uso pedagógico dos dispositivos, mas estabelece restrições em outros contextos.
Camilo Santana, ministro da Educação, alerta sobre os riscos do uso excessivo de tecnologia à aprendizagem e à qualidade de vida dos estudantes. Ele defende um uso consciente da tecnologia para fins pedagógicos, afirmando: “Não queremos proibir o uso, mas sim proteger nossas crianças, contribuindo para que a escola seja um ambiente de aprendizagem e interação” durante um webinário transmitido pelo canal do MEC no YouTube.
Os novos materiais estão disponíveis na plataforma MEC RED, que reúne recursos educacionais digitais. O primeiro guia, intitulado “Conscientização para o uso de celulares na escola: por que precisamos falar sobre isso?”, é voltado para as escolas e pode ser acessado diretamente na plataforma.
O documento destaca pesquisas que indicam que a presença do celular próximo ao estudante pode impactar negativamente a aprendizagem e o desenvolvimento de crianças e adolescentes, além de provocar transtornos mentais e dependência. “Na escola, o uso prolongado de celular diminui as oportunidades de interação social entre os estudantes, prejudicando o desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais”, aponta o guia.
O segundo guia, direcionado às redes de ensino, também está disponível na plataforma MEC RED. Ele apresenta exemplos de escolas públicas e particulares, tanto no Brasil quanto em outros países, que implementaram restrições ao uso de celulares nas dependências escolares, inclusive durante recreios e intervalos.
O material digital ainda explica que, com um planejamento pedagógico adequado, o celular pode se tornar uma ferramenta relevante para ampliar o acesso à educação e enriquecer as práticas de ensino, especialmente em contextos de desigualdade. “A educação digital e midiática são abordagens estratégicas para garantir que o uso dessas tecnologias não apenas apoie o acesso à educação, mas também desenvolva habilidades críticas, éticas e cidadãs no uso da informação e dos meios digitais”, conclui o guia do MEC.
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