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Ministro da CGU defende que gastos de Janja permaneçam sigilosos
Vinícius de Carvalho justifica a falta de transparência em relação a Janja Lula da Silva
O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius de Carvalho, fez declarações polêmicas nesta sexta-feira (31) ao defender o sigilo em relação a alguns gastos da primeira-dama, Janja Lula da Silva. A posição foi expressa durante uma entrevista à rádio Jovem Pan Curitiba.
Durante a conversa, o ministro mencionou um mecanismo que protege dados de familiares do presidente da República. Ele afirmou: “A questão sobre a Lei de Acesso à Informação (LAI) e a primeira-dama não diz respeito a sigilos de dados pessoais e de cem anos. Têm algumas situações, como por exemplo: gastos que são feitos. (...) Quanto foi gasto numa determinada viagem feita pela primeira-dama para um determinado lugar? Isso tudo tem sido aberto. (...) Agora a lei tem um dispositivo específico (artigo 24) que fala sobre gastos e quaisquer questões relativas à segurança dos familiares do presidente da República e dele próprio. A regra da lei é: informações relativas à segurança dos familiares do presidente ficam em sigilo até o final do mandato”.
Vinícius de Carvalho também destacou a necessidade de um tratamento diferenciado para aqueles que não ocupam cargos públicos. Ele comentou: “A gente tem que lidar com uma situação diferente quando você está tratando com alguém que ocupa a função pública de alguém que não ocupa. Isso não significa que alguém que ocupa uma função pública não tenha espaço de privacidade”.
O tema da transparência ganhou destaque em um momento em que as emendas parlamentares estão no centro de controvérsias. O ministro ressaltou que, apesar de serem legítimas, essas verbas devem ser rigorosamente fiscalizadas, especialmente quando se tornam mais volumosas para os políticos. Ele alertou que, em caso de irregularidades, a responsabilidade recairia sobre o governo.
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Recentemente, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, autorizou o repasse de emendas parlamentares para quatro entidades que haviam tido seus recursos bloqueados. Essa decisão ocorreu após uma análise da CGU sobre a situação.
A defesa do sigilo em gastos da primeira-dama levanta questionamentos sobre a transparência no uso de recursos públicos e a relação entre a privacidade de familiares de autoridades e a necessidade de prestação de contas à sociedade.
Com a crescente demanda por maior transparência nas ações do governo, a posição do ministro pode gerar debates acalorados sobre os limites do sigilo e a responsabilidade do poder público em informar a população sobre o uso de verbas públicas.
O papel da imprensa, neste contexto, é fundamental para garantir que as informações sejam acessíveis e que os cidadãos possam acompanhar de perto as decisões que afetam a administração pública.
Enquanto isso, a sociedade continua a exigir clareza e responsabilidade na gestão dos recursos públicos, especialmente em tempos de crise e desconfiança em relação às instituições.
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