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Dívida pública federal encerra 2024 em R$ 7,3 trilhões, alta de 12,2% em um ano
O aumento foi impulsionado pela correção de juros e pela emissão de títulos atrelados à Selic.
BRASÍLIA – A Dívida Pública Federal (DPF) do Brasil fechou o ano de 2024 em R$ 7,316 trilhões, representando um crescimento de 12,2% em relação a 2023, quando o montante era de R$ 6,5 trilhões. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 4, pelo Tesouro Nacional.
O aumento no estoque da dívida foi influenciado pela correção de juros, que somou R$ 69,34 bilhões, e pela emissão líquida de títulos, que alcançou R$ 42,63 bilhões em dezembro. O crescimento foi impulsionado principalmente pela Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi), que passou de R$ 6,269 trilhões em 2023 para R$ 6,967 trilhões no final de 2024, um aumento de 11%.
O Plano Anual de Financiamento (PAF) para 2024 previa que a dívida pública ficasse entre R$ 7 trilhões e R$ 7,4 trilhões, o que foi cumprido. O percentual da dívida a vencer nos próximos 12 meses foi de 17,87%, dentro da meta estipulada.
O cenário de alta da Selic, que atualmente está em 13,25% ao ano, contribuiu para a elevação da participação de títulos atrelados à taxa básica de juros na composição da dívida, que subiu para 46,29%. Por outro lado, a participação de títulos prefixados caiu de 22,14% para 21,99% no mesmo período.
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Além disso, a Dívida Pública Federal externa (DPFe) também apresentou crescimento significativo, passando de R$ 251,46 bilhões em 2023 para R$ 349,19 bilhões em 2024, uma alta de 38,87%. Essa variação foi impulsionada pela valorização do dólar, que teve um aumento de 27,3% ao longo do ano.
O Tesouro Nacional também informou que a reserva de liquidez, conhecida como “colchão da dívida”, caiu de R$ 982,37 bilhões em 2023 para R$ 860,15 bilhões em 2024. Essa reserva é crucial para honrar compromissos financeiros e atualmente cobre 6,24 meses de vencimentos da dívida, o menor nível desde fevereiro de 2016.
Para 2025, o PAF estipula que a DPF deve ficar entre R$ 8,1 trilhões e R$ 8,5 trilhões, o que representa um crescimento de pelo menos R$ 784 bilhões em relação a 2024. A expectativa é que a dívida continue a ser influenciada pela correção de juros e pela demanda por títulos atrelados à Selic.
O prazo médio da dívida pública também teve uma leve alta, passando de 4,12 anos para 4,05 anos, refletindo a confiança dos investidores na capacidade do governo de honrar seus compromissos. A participação dos investidores estrangeiros na DPMFi, por sua vez, aumentou de 9,5% em 2023 para 10,2% em 2024, indicando um interesse crescente no mercado de títulos brasileiros.
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