A empresa planeja cortes de aproximadamente 400 funcionários em seu programa de foguetes, refletindo desafios financeiros.
09 de Fevereiro de 2025 às 15h37

Boeing anuncia demissões no programa espacial devido a reestruturações

A empresa planeja cortes de aproximadamente 400 funcionários em seu programa de foguetes, refletindo desafios financeiros.

A Boeing, gigante aeroespacial americana, anunciou neste sábado (8) que realizará demissões significativas em seu programa de foguetes, o Sistema de Lançamento Espacial (SLS). A empresa prevê a redução de cerca de 400 postos de trabalho, uma medida que está alinhada com as revisões do programa Artemis, da NASA, e as crescentes expectativas de custos.

Os avisos de demissões serão emitidos nas próximas semanas, com um prazo de 60 dias para que os funcionários afetados se preparem para a transição. Um porta-voz da Boeing declarou por e-mail: “Estamos trabalhando com nossos clientes e buscando oportunidades para realocar funcionários em nossa empresa para minimizar a perda de empregos”.

O programa Artemis, que visa levar astronautas de volta à Lua pela primeira vez desde a missão Apollo 17, foi estabelecido durante o primeiro mandato do ex-presidente Donald Trump. Com um custo estimado de 93 bilhões de dólares até 2025, o programa tem enfrentado atrasos e crescentes despesas, o que levanta preocupações sobre sua viabilidade a longo prazo.

As demissões previstas refletem não apenas os desafios financeiros enfrentados pela Boeing, mas também a necessidade de reestruturação em um momento em que a NASA passa por mudanças significativas em sua liderança. A expectativa é que o programa Artemis passe por uma reavaliação sob o novo governo e a influência crescente de Elon Musk, CEO da SpaceX, que tem se tornado um jogador chave na exploração espacial.

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A Boeing tem sido alvo de críticas por seus atrasos e custos crescentes no projeto do foguete SLS, que, após mais de uma década de desenvolvimento, finalmente realizou seu primeiro lançamento em novembro de 2022. Contudo, o futuro do programa e da própria Boeing no setor espacial permanece incerto.

Além disso, a empresa está sob pressão para justificar seus custos, que devem atingir 23,8 bilhões de dólares até 2025. O número exato de empregos que serão afetados ainda não foi definido, mas os cortes representam mais de um terço da equipe dedicada ao SLS.

O anúncio das demissões ocorre em um contexto de reestruturação mais ampla na Boeing, que enfrenta a necessidade de cortar milhares de empregos e reduzir ativos sob a nova gestão do CEO Kelly Ortberg. O futuro da empresa no setor espacial é questionado à medida que a NASA busca alternativas e parcerias para continuar sua missão de exploração.

Enquanto isso, o programa Artemis continua a ser um símbolo do esforço americano na exploração lunar, mas os desafios financeiros e técnicos podem impactar sua execução. A Boeing, que tem um papel central nesse projeto, precisa encontrar soluções para garantir a continuidade de suas operações e a manutenção de sua força de trabalho qualificada.

O anúncio das demissões no programa SLS também vem em um momento em que a Boeing enfrenta dificuldades com outros projetos, como o da cápsula tripulada Starliner, que acumulou mais de 2 bilhões de dólares em estouros de custos devido a contratempos operacionais.

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