Apenas Brasil e poucos outros países apresentaram novos planos para reduzir emissões até 2035.
10 de Fevereiro de 2025 às 22h02

Maioria dos países não cumpre prazo da ONU para novas metas climáticas

Apenas Brasil e poucos outros países apresentaram novos planos para reduzir emissões até 2035.

Em um cenário preocupante para o combate às mudanças climáticas, a maioria das nações signatárias do Acordo de Paris não cumpriu o prazo estabelecido pela ONU para apresentar novas metas climáticas. O prazo, que expirou na segunda-feira (10), exigia que os países definissem suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (iNDC) para a redução de emissões de gases de efeito estufa até 2035.

Até a manhã do dia 10, apenas 10 dos quase 200 países que assinaram o acordo haviam enviado suas propostas atualizadas. Entre eles, o Brasil se destacou ao apresentar sua iNDC, reafirmando seu comprometimento com os objetivos climáticos globais.

As principais nações poluidoras, como China, Índia e a União Europeia, não submeteram seus planos dentro do prazo. A ausência desses documentos levanta preocupações sobre a seriedade com que esses países estão tratando a crise climática, especialmente em um momento em que a temperatura global já ultrapassou 1,5°C acima dos níveis pré-industriais pela primeira vez na história.

Bill Hare, diretor-executivo do Climate Analytics, expressou sua insatisfação com a situação, afirmando: “O público tem o direito de esperar uma forte reação de seus governos ao fato de que o aquecimento global já atingiu 1,5 grau Celsius por um ano inteiro, mas não vimos praticamente nada de substância”.

O Acordo de Paris, firmado em 2015, tem como objetivo limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C. No entanto, os esforços até agora têm sido insuficientes, com as emissões globais continuando a aumentar. O ano passado foi o primeiro a registrar um aquecimento superior a 1,5°C.

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Embora o Brasil tenha cumprido o prazo, a situação é crítica para outros grandes emissores. Os Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, anunciaram sua retirada do Acordo de Paris e suspenderam investimentos em energia limpa, o que afeta diretamente os esforços globais de mitigação.

Simon Stiell, chefe de clima da ONU, comentou que a maioria dos países ainda planeja divulgar seus novos planos em 2025. Ele ressaltou a importância dos investimentos globais em energia limpa, que somaram US$ 2 trilhões no ano passado, como um fator crucial para a definição de políticas climáticas eficazes.

Enquanto isso, a União Europeia justificou seu atraso ao afirmar que seu ciclo político não se alinhava com o prazo da ONU. A China, por sua vez, afirmou que apresentará seu plano “no momento apropriado”, enquanto a Índia mencionou a necessidade de mais estudos antes de submeter suas metas.

Com a próxima Conferência das Partes (COP30) marcada para ocorrer no Brasil, o país terá um papel importante em liderar as discussões sobre mudanças climáticas e pressionar outras nações a se comprometerem com ações mais ambiciosas.

A situação atual destaca a urgência de uma ação global coordenada para enfrentar a crise climática, uma vez que o tempo para reverter os danos causados pelo aquecimento global está se esgotando rapidamente.

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