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Brasil registra pior índice de percepção de corrupção sob governo Lula em 2024
Ranking da Transparência Internacional revela que Brasil caiu para a 107ª posição entre 180 países, a pior desde 2012.
O Brasil alcançou em 2024 sua pior posição no Índice de Percepção da Corrupção (IPC), elaborado anualmente pela ONG Transparência Internacional. O país caiu para a 107ª posição entre 180 nações, marcando um retrocesso significativo em relação aos anos anteriores, especialmente sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com o relatório divulgado pela Transparência Internacional, a pontuação do Brasil despencou de 36 pontos em 2023 para 34 pontos em 2024. Essa queda não apenas representa a pior nota já registrada desde o início da série histórica em 2012, mas também coloca o Brasil em uma posição semelhante a países como Argélia, Maláui, Nepal, Níger, Tailândia e Turquia.
Os dados revelam que, em dois anos, o Brasil perdeu 13 posições, passando da 94ª posição em 2022 para a 107ª em 2024. A ONG atribui essa deterioração à falta de ações efetivas no combate à corrupção e ao silêncio do presidente Lula sobre a pauta anticorrupção, que tem sido amplamente criticado.
A Transparência Internacional destacou vários fatores que contribuíram para essa queda. Entre eles, a manutenção de Juscelino Filho no cargo de ministro das Comunicações, mesmo após ser indiciado pela Polícia Federal por corrupção passiva e organização criminosa. A ONG também mencionou a influência crescente de empresários envolvidos em escândalos de corrupção, como os irmãos Joesley e Wesley Batista, da J&F, que continuam a ter um papel significativo no governo.
Outro ponto crítico apontado foi a renegociação de acordos de leniência com empresas implicadas na Lava Jato, o que gerou preocupações sobre a falta de transparência e a ausência de controle social nas decisões do governo. A ONG também criticou a falta de medidas concretas para garantir a integridade no Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que deveria promover o desenvolvimento econômico com responsabilidade.
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Além disso, a Transparência Internacional alertou para a institucionalização da corrupção em larga escala, com o aumento descontrolado das emendas orçamentárias, que desafiam as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). O relatório também fez referência à inércia do STF em julgar recursos da Procuradoria-Geral da República (PGR) que questionam decisões controversas.
O diretor-executivo da Transparência Internacional no Brasil, Bruno Brandão, afirmou que “em 2024, o Brasil falhou, mais uma vez, em reverter a trajetória dos últimos anos de desmonte da luta contra a corrupção”. Ele destacou que a presença crescente do crime organizado nas instituições estatais é uma evidência alarmante do avanço da corrupção no país.
Os melhores colocados no ranking de 2024 foram Dinamarca, Finlândia e Singapura, enquanto os piores foram Sudão do Sul, Somália e Venezuela. O Brasil, com seus 34 pontos, ficou abaixo da média global, que é de 43 pontos, e da média dos países das Américas, que é de 42 pontos.
O IPC é considerado um dos principais indicadores de corrupção no mundo, sendo construído a partir da combinação de dados de diferentes fontes que avaliam a percepção de acadêmicos, empresários e especialistas sobre a corrupção no setor público. A queda do Brasil neste índice reflete não apenas a percepção interna, mas também a imagem do país no cenário internacional.
O governo Lula, ao enfrentar essa situação, terá que lidar com as críticas crescentes e a pressão para implementar medidas eficazes que combatam a corrupção e restabeleçam a confiança da população nas instituições públicas.
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