Ranking da Transparência Internacional revela que Brasil caiu para a 107ª posição entre 180 países, a pior desde 2012.
11 de Fevereiro de 2025 às 06h54

Brasil registra pior índice de percepção de corrupção sob governo Lula em 2024

Ranking da Transparência Internacional revela que Brasil caiu para a 107ª posição entre 180 países, a pior desde 2012.

O Brasil alcançou em 2024 sua pior posição no Índice de Percepção da Corrupção (IPC), elaborado anualmente pela ONG Transparência Internacional. O país caiu para a 107ª posição entre 180 nações, marcando um retrocesso significativo em relação aos anos anteriores, especialmente sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com o relatório divulgado pela Transparência Internacional, a pontuação do Brasil despencou de 36 pontos em 2023 para 34 pontos em 2024. Essa queda não apenas representa a pior nota já registrada desde o início da série histórica em 2012, mas também coloca o Brasil em uma posição semelhante a países como Argélia, Maláui, Nepal, Níger, Tailândia e Turquia.

Os dados revelam que, em dois anos, o Brasil perdeu 13 posições, passando da 94ª posição em 2022 para a 107ª em 2024. A ONG atribui essa deterioração à falta de ações efetivas no combate à corrupção e ao silêncio do presidente Lula sobre a pauta anticorrupção, que tem sido amplamente criticado.

A Transparência Internacional destacou vários fatores que contribuíram para essa queda. Entre eles, a manutenção de Juscelino Filho no cargo de ministro das Comunicações, mesmo após ser indiciado pela Polícia Federal por corrupção passiva e organização criminosa. A ONG também mencionou a influência crescente de empresários envolvidos em escândalos de corrupção, como os irmãos Joesley e Wesley Batista, da J&F, que continuam a ter um papel significativo no governo.

Outro ponto crítico apontado foi a renegociação de acordos de leniência com empresas implicadas na Lava Jato, o que gerou preocupações sobre a falta de transparência e a ausência de controle social nas decisões do governo. A ONG também criticou a falta de medidas concretas para garantir a integridade no Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que deveria promover o desenvolvimento econômico com responsabilidade.

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Além disso, a Transparência Internacional alertou para a institucionalização da corrupção em larga escala, com o aumento descontrolado das emendas orçamentárias, que desafiam as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). O relatório também fez referência à inércia do STF em julgar recursos da Procuradoria-Geral da República (PGR) que questionam decisões controversas.

O diretor-executivo da Transparência Internacional no Brasil, Bruno Brandão, afirmou que “em 2024, o Brasil falhou, mais uma vez, em reverter a trajetória dos últimos anos de desmonte da luta contra a corrupção”. Ele destacou que a presença crescente do crime organizado nas instituições estatais é uma evidência alarmante do avanço da corrupção no país.

Os melhores colocados no ranking de 2024 foram Dinamarca, Finlândia e Singapura, enquanto os piores foram Sudão do Sul, Somália e Venezuela. O Brasil, com seus 34 pontos, ficou abaixo da média global, que é de 43 pontos, e da média dos países das Américas, que é de 42 pontos.

O IPC é considerado um dos principais indicadores de corrupção no mundo, sendo construído a partir da combinação de dados de diferentes fontes que avaliam a percepção de acadêmicos, empresários e especialistas sobre a corrupção no setor público. A queda do Brasil neste índice reflete não apenas a percepção interna, mas também a imagem do país no cenário internacional.

O governo Lula, ao enfrentar essa situação, terá que lidar com as críticas crescentes e a pressão para implementar medidas eficazes que combatam a corrupção e restabeleçam a confiança da população nas instituições públicas.

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