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Queda de popularidade leva Lula a anunciar novas medidas de crédito para população
Medidas visam melhorar a percepção do governo, mas podem aumentar o endividamento dos brasileiros.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta sexta-feira, 14, que revelará três novas políticas de crédito, em um movimento que parece ser uma resposta à sua queda de popularidade. Durante uma solenidade em Parauapebas, no Pará, para anunciar investimentos da Vale, Lula declarou: “Dinheiro bom é na mão do povo”.
O presidente destacou que o Brasil está vivendo um momento positivo, citando o menor nível de desemprego da história e o crescimento da massa salarial. “Crescemos 3,7%, e neste ano o Brasil vai crescer mais. Temos uma quantidade de crédito que nunca teve nesse país”, afirmou Lula, enfatizando a importância de que esse crédito chegue aos trabalhadores e pequenos empreendedores.
Entretanto, as novas medidas de crédito, que incluem a criação de uma modalidade de crédito consignado privado sem limites de juros, levantam preocupações sobre o potencial aumento do endividamento da população. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que o projeto será enviado ao Congresso antes do Carnaval, o que poderá acelerar sua implementação.
Em seu discurso, Lula defendeu que o acesso ao crédito deve ser ampliado para trabalhadores e pequenos empreendedores, afirmando que “dinheiro bom não é aquele que vai para a mão do rico, que ele compra dólar e fica explorando. É aquele que vai para o trabalhador”.
A proposta do governo, que contraria algumas demandas de outros setores, como o do Trabalho, visa facilitar o acesso ao crédito, mas sem garantir proteção contra juros abusivos. A expectativa é que a operação do novo consignado comece por volta do dia 12 de março, utilizando o sistema eSocial, que já registra informações de funcionários com carteira assinada.
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A medida, embora vista como uma tentativa de melhorar a imagem do governo, pode ter como consequência um aumento no endividamento dos brasileiros, que já enfrentam dificuldades financeiras. Especialistas alertam que a facilidade de acesso ao crédito pode levar a uma falsa impressão de melhoria econômica, enquanto muitos podem acabar sobrecarregados com dívidas.
O governo argumenta que a ampliação do crédito é essencial para estimular a economia, permitindo que a população compre alimentos e outros produtos, mas a eficácia dessa estratégia ainda é debatida entre economistas e analistas de mercado.
O anúncio das novas políticas de crédito ocorre em um contexto de crescente pressão sobre o governo, que busca reverter a percepção negativa entre os eleitores. A popularidade de Lula tem enfrentado desafios, e as medidas podem ser vistas como uma tentativa de reconquistar a confiança da população.
Enquanto isso, a oposição critica a abordagem do governo, argumentando que a solução para os problemas econômicos do país não pode se basear apenas na ampliação do crédito, mas sim em políticas estruturais que promovam o crescimento sustentável.
Com a expectativa de que as novas políticas sejam implementadas rapidamente, resta saber se elas realmente trarão os resultados desejados para a economia e para a popularidade do governo.
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