Ministro da Fazenda busca respaldo técnico após suspensão das linhas de crédito por falta de aprovação da LOA 2025.
21 de Fevereiro de 2025 às 10h31

Haddad solicita apoio do TCU para reativar linhas de crédito do Plano Safra 2024/2025

Ministro da Fazenda busca respaldo técnico após suspensão das linhas de crédito por falta de aprovação da LOA 2025.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que enviará um ofício ao Tribunal de Contas da União (TCU) para solicitar respaldo técnico e legal visando a imediata reativação das linhas de crédito com recursos equalizados do Plano Safra 2024/2025. A informação foi divulgada na manhã desta sexta-feira, 21, pela assessoria de imprensa do ministério.

A suspensão das linhas de crédito foi determinada pelo Tesouro Nacional, que alegou necessidade legal devido à não aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025. No entanto, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que atende pequenos agricultores, continua a operar normalmente.

Em nota, o ministério destacou que a decisão de suspender as linhas de crédito se deve à situação orçamentária do governo, que ainda aguarda a aprovação da LOA 2025 pelo Congresso Nacional. As linhas de crédito com juros equalizados são fundamentais para o financiamento agrícola e têm um papel crucial na sustentação do setor.

O ofício que será enviado ao TCU visa garantir a legalidade e a continuidade dos financiamentos, permitindo que os produtores rurais tenham acesso aos recursos necessários para a safra. A expectativa é que a resposta do TCU seja rápida, considerando a urgência da situação.

Na última quinta-feira, 20, o Tesouro Nacional já havia comunicado a suspensão das novas contratações de financiamentos subvencionados pelo Plano Safra, uma medida que afeta diretamente o planejamento de muitos agricultores que dependem desses recursos para suas atividades.

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O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, justificou a suspensão em um documento enviado às instituições financeiras, afirmando que a decisão foi tomada com base em uma atualização das estimativas de gastos, que mostraram um aumento significativo devido à alta da taxa de juros.

O aumento da taxa Selic, que passou de 10,5% para 13,25% ao ano, tem gerado preocupações sobre a sustentabilidade financeira dos programas de crédito rural. Especialistas apontam que essa elevação impacta diretamente os custos dos financiamentos e, consequentemente, a viabilidade das operações agrícolas.

A situação é especialmente crítica, pois os produtores estão em um período de intensa atividade agrícola, com a colheita da soja e o plantio da segunda safra de milho. A falta de acesso a crédito pode comprometer a produção e a renda de muitos agricultores, principalmente os pequenos e médios.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Tirso Meirelles, criticou a decisão do governo, afirmando que a suspensão dos financiamentos demonstra uma falta de compromisso com o setor agropecuário. Ele ressaltou que a gestão fiscal deve ser equilibrada com o apoio necessário aos produtores rurais.

Por outro lado, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, defendeu a prudência do governo, enfatizando que a equalização de juros deve ser feita dentro dos limites orçamentários estabelecidos. Ele pediu ao Congresso que vote rapidamente a LOA para evitar consequências mais graves para o setor.

O Tesouro Nacional ainda não se manifestou sobre a solicitação de Haddad ao TCU, mas a expectativa é que a questão seja tratada com a urgência que o momento exige.

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