Ministro das Relações Institucionais afirma que Lula tem força para reverter queda de popularidade, apesar de dados alarmantes.
15 de Fevereiro de 2025 às 11h27

Padilha defende Lula, mas suas declarações parecem distantes da realidade atual

Ministro das Relações Institucionais afirma que Lula tem força para reverter queda de popularidade, apesar de dados alarmantes.

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, declarou nesta sexta-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva possui a “força e vigor” necessários para reagir e fazer as mudanças necessárias na segunda metade de seu governo. As afirmações de Padilha surgem em meio a uma queda acentuada na popularidade de Lula, conforme apontado por uma recente pesquisa do Datafolha.

Segundo o levantamento, a avaliação positiva do governo Lula despencou de 35% para 24% nos últimos dois meses, o que representa a pior avaliação de sua trajetória no Palácio do Planalto. Apesar disso, Padilha se mostrou otimista, afirmando que “o presidente Lula tem a humildade e a experiência necessárias para ler a situação e a força para reagir”.

O ministro também mencionou dados econômicos, como a queda da inflação e do dólar, como sinais de que a situação pode ser revertida. “O IPCA de janeiro já foi o menor desde 2012 e o dólar apresenta uma trajetória de queda, tudo isso sem truques ou malabarismos”, disse Padilha, tentando transmitir uma sensação de controle sobre a economia.

Entretanto, a realidade parece contradizer essa visão otimista. A pesquisa Datafolha revelou que a avaliação negativa do governo, que considera a gestão como ruim ou péssima, subiu de 34% para 41% no mesmo período. Além disso, o percentual da população que considera a gestão regular aumentou apenas de 29% para 32%, o que demonstra uma insatisfação crescente.

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A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também comentou sobre os números alarmantes, atribuindo a queda a um “período ruim” do governo. Em suas redes sociais, ela afirmou que “tivemos a especulação desenfreada com o câmbio, que afetou os preços dos alimentos, e a maior fake news de todos os tempos sobre a taxação do PIX”.

Gleisi, que é cotada para assumir a Secretaria-Geral, ressaltou a necessidade de o governo focar em resolver problemas reais, como o aumento dos preços dos alimentos. “Precisamos virar esta página, cuidando dos problemas reais do nosso povo”, enfatizou.

Ela também mencionou a importância de manter a geração de empregos e o crescimento econômico, afirmando que essas são as “grandes marcas do governo”. No entanto, a realidade econômica enfrentada pela população, com o aumento dos preços e a inflação, sugere que o governo terá desafios significativos pela frente.

Além disso, a proposta de Lula de implantar programas como a distribuição de gás e isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil, embora bem-intencionada, pode não ser suficiente para reverter a percepção negativa que se espalhou entre os cidadãos.

As declarações de Padilha, embora reflitam uma tentativa de manter a confiança na administração de Lula, parecem desconectadas da insatisfação crescente da população. O governo enfrenta um momento crítico, onde as promessas de melhorias e reformas precisam ser acompanhadas de ações concretas e eficazes.

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