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Padilha defende Lula, mas suas declarações parecem distantes da realidade atual
Ministro das Relações Institucionais afirma que Lula tem força para reverter queda de popularidade, apesar de dados alarmantes.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, declarou nesta sexta-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva possui a “força e vigor” necessários para reagir e fazer as mudanças necessárias na segunda metade de seu governo. As afirmações de Padilha surgem em meio a uma queda acentuada na popularidade de Lula, conforme apontado por uma recente pesquisa do Datafolha.
Segundo o levantamento, a avaliação positiva do governo Lula despencou de 35% para 24% nos últimos dois meses, o que representa a pior avaliação de sua trajetória no Palácio do Planalto. Apesar disso, Padilha se mostrou otimista, afirmando que “o presidente Lula tem a humildade e a experiência necessárias para ler a situação e a força para reagir”.
O ministro também mencionou dados econômicos, como a queda da inflação e do dólar, como sinais de que a situação pode ser revertida. “O IPCA de janeiro já foi o menor desde 2012 e o dólar apresenta uma trajetória de queda, tudo isso sem truques ou malabarismos”, disse Padilha, tentando transmitir uma sensação de controle sobre a economia.
Entretanto, a realidade parece contradizer essa visão otimista. A pesquisa Datafolha revelou que a avaliação negativa do governo, que considera a gestão como ruim ou péssima, subiu de 34% para 41% no mesmo período. Além disso, o percentual da população que considera a gestão regular aumentou apenas de 29% para 32%, o que demonstra uma insatisfação crescente.
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A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também comentou sobre os números alarmantes, atribuindo a queda a um “período ruim” do governo. Em suas redes sociais, ela afirmou que “tivemos a especulação desenfreada com o câmbio, que afetou os preços dos alimentos, e a maior fake news de todos os tempos sobre a taxação do PIX”.
Gleisi, que é cotada para assumir a Secretaria-Geral, ressaltou a necessidade de o governo focar em resolver problemas reais, como o aumento dos preços dos alimentos. “Precisamos virar esta página, cuidando dos problemas reais do nosso povo”, enfatizou.
Ela também mencionou a importância de manter a geração de empregos e o crescimento econômico, afirmando que essas são as “grandes marcas do governo”. No entanto, a realidade econômica enfrentada pela população, com o aumento dos preços e a inflação, sugere que o governo terá desafios significativos pela frente.
Além disso, a proposta de Lula de implantar programas como a distribuição de gás e isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil, embora bem-intencionada, pode não ser suficiente para reverter a percepção negativa que se espalhou entre os cidadãos.
As declarações de Padilha, embora reflitam uma tentativa de manter a confiança na administração de Lula, parecem desconectadas da insatisfação crescente da população. O governo enfrenta um momento crítico, onde as promessas de melhorias e reformas precisam ser acompanhadas de ações concretas e eficazes.
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