A revisão da projeção de crescimento do crédito pela Febraban reflete um cenário econômico desafiador e juros elevados.
17 de Fevereiro de 2025 às 14h36

Febraban reduz expectativa de crescimento do crédito total para 8,5% em 2025

A revisão da projeção de crescimento do crédito pela Febraban reflete um cenário econômico desafiador e juros elevados.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) anunciou uma revisão na projeção de crescimento do crédito total para 2025, passando de 9% para 8,5%. A informação foi divulgada nesta segunda-feira, 17, e reflete um cenário econômico mais cauteloso, conforme a Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas, realizada com 21 instituições financeiras entre os dias 5 e 10 de fevereiro.

De acordo com a pesquisa, a expectativa para a carteira de recursos livres é de uma expansão de 8,1%, enquanto a carteira direcionada deve crescer 9%. A revisão foi impulsionada pela diminuição das expectativas de crescimento do crédito para famílias, que caiu de 9,8% para 8,9%. Já para as empresas, a projeção foi ajustada de 7,8% para 7,1%.

Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban, destacou que essa revisão já era prevista e vem se desenhando desde o último trimestre de 2024. Ele afirmou: “O resultado reflete a piora do cenário econômico, com expectativa de uma inflação maior e, consequentemente, juros mais altos ao longo do ano. Os números evoluem de acordo com a dinâmica econômica e o desempenho efetivo do crédito dependerá do cenário fiscal e de outras variáveis relevantes, que poderão alterar a perspectiva atual.”

A taxa de inadimplência da carteira livre também foi revisada, passando de 4,7% para 4,6%, embora ainda acima do índice observado no final de 2024, que era de 4,1%. Essa mudança pode ser atribuída à maior cautela na concessão de crédito, o que pode ajudar a conter a expansão da inadimplência ao longo do ano.

Além das projeções para 2025, a pesquisa também trouxe as primeiras estimativas para 2026, indicando uma continuidade da desaceleração do crédito, com uma expectativa de crescimento de 7,7%. O crédito com recursos livres deverá ter uma expansão de 7,1%, enquanto as linhas direcionadas devem registrar uma alta de 8,6%.

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Em relação à taxa Selic, a pesquisa revelou que 76,2% dos entrevistados acreditam que a taxa deve ultrapassar 14,25% ao ano em 2025, sem que haja início de cortes neste ano. A expectativa para a Selic aumentou, com a mediana projetando uma alta de até 15,25% ao ano em junho de 2025, mantendo-se nesse patamar pelo menos até setembro.

A expectativa de câmbio também foi ajustada, com a previsão de uma ligeira depreciação, alcançando R$ 5,95 por dólar até setembro. Na pesquisa anterior, os participantes esperavam que o câmbio se mantivesse próximo de R$ 6,00.

Quanto à inflação, cerca de 47,6% dos entrevistados acreditam que ela deve ficar próxima de 5,5%, que é o consenso atual do mercado. No entanto, um terço dos analistas consultados já espera uma inflação próxima ou acima de 6% para este ano.

Sobre o Produto Interno Bruto (PIB), mais da metade dos participantes (52,4%) ainda projeta um crescimento em torno de 2,0% para 2025. Essa expectativa é semelhante à captada na pesquisa anterior, que indicava 50% dos entrevistados com a mesma projeção.

Nos Estados Unidos, a maioria dos entrevistados (71,4%) prevê reduções modestas (1 ou 2 cortes de 0,25 pp) nos juros neste ano, enquanto 28,6% acreditam que os juros permanecerão no patamar atual, sem descartar a possibilidade de alta dos Fed Funds em 2025.

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