Governador de São Paulo anuncia a formação do Comitê de Assessoramento Estratégico para Políticas de Segurança Pública visando melhorias no setor.
11 de Fevereiro de 2025 às 10h09

Tarcísio de Freitas cria comitê para fortalecer a segurança pública em São Paulo

Governador de São Paulo anuncia a formação do Comitê de Assessoramento Estratégico para Políticas de Segurança Pública visando melhorias no setor.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou nesta segunda-feira (10) a criação do Comitê de Assessoramento Estratégico para Políticas de Segurança Pública. A iniciativa surge em resposta a uma série de crises e denúncias envolvendo as forças de segurança no estado, com o objetivo de aprimorar a gestão e a formulação de políticas públicas na área.

O novo comitê, que foi formalizado no Diário Oficial do Estado, reunirá representantes das Polícias Civil e Militar e do Ministério Público. A proposta é que o grupo trabalhe em conjunto para desenvolver diretrizes que possam enfrentar a crescente onda de violência que preocupa a população paulista.

De acordo com informações, a ideia de criar esse comitê já havia sido discutida em 2024, mas o governador optou por aguardar um momento mais adequado para o anúncio, evitando que a iniciativa fosse vista como uma estratégia de marketing em meio a um noticiário negativo.

O comitê será composto por sete membros, incluindo o secretário de Segurança Pública, o comandante-geral da Polícia Militar, o delegado-geral da Polícia Civil, o controlador geral do Estado, a procuradora geral do Estado, o procurador-geral de Justiça e a defensora público-geral do Estado. Essa composição robusta visa garantir que as decisões sejam tomadas com base em conhecimento técnico e na ampla participação de setores essenciais.

As atividades do comitê serão realizadas de forma voluntária e sem remuneração, e incluirão a recomendação de medidas e protocolos, além do apoio à implementação de projetos e programas voltados para a segurança pública. O grupo também poderá convocar representantes de entidades públicas, privadas e da sociedade civil para participar das discussões, dependendo dos temas abordados.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

A criação do comitê ocorre em um momento crítico, marcado por uma série de incidentes de violência policial que abalaram a confiança da população nas instituições de segurança. Entre os casos mais recentes, destaca-se o assassinato de uma criança de quatro anos durante uma operação policial e o afastamento de uma delegada suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas.

O governador Tarcísio de Freitas enfatizou a importância do diálogo entre as forças policiais e o Ministério Público, afirmando que “nosso compromisso é trabalhar com inteligência, eficiência e diálogo para garantir mais segurança para todos os paulistas”. Essa declaração reflete uma tentativa de restaurar a confiança nas instituições de segurança pública do estado.

Nos últimos meses, a letalidade policial em São Paulo tem sido um tema de preocupação, com um aumento significativo no número de mortes causadas por policiais. Dados recentes indicam que, entre janeiro e setembro de 2024, as mortes chegaram a 580, um aumento de 55% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Além disso, investigações em andamento estão apurando o envolvimento de policiais civis e militares com o crime organizado, após o assassinato de Vinícius Gritzbach, um delator do PCC, que revelou a conexão de agentes de segurança com esquemas de corrupção.

Com a criação do novo comitê, o governo espera não apenas abordar as questões de segurança de forma mais eficaz, mas também promover um ambiente de maior transparência e responsabilidade nas ações policiais. As reuniões do comitê serão convocadas pelo governador, e sua composição poderá ser ampliada conforme necessário para incluir especialistas e representantes de diferentes setores da sociedade.

Veja também:

Tópicos: