A Procuradoria-Geral da República recomenda a manutenção da revogação do livramento condicional de Silveira devido a descumprimentos.
11 de Fevereiro de 2025 às 22h40

PGR se opõe a indulto solicitado pela defesa do ex-deputado Daniel Silveira

A Procuradoria-Geral da República recomenda a manutenção da revogação do livramento condicional de Silveira devido a descumprimentos.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) manifestou-se, nesta terça-feira, contra os pedidos de indulto feitos pela defesa do ex-deputado federal Daniel Silveira, do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Silveira foi condenado a 8 anos e 9 meses de prisão por incitação a atos antidemocráticos e ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

A PGR recomenda a manutenção da revogação do livramento condicional de Silveira, citando diversas violações às condições impostas, como a saída de casa em horários proibidos, a frequência a locais públicos e a posse não declarada de arma de fogo. Essas infrações levaram à sua detenção em dezembro do ano passado, após o ex-deputado não cumprir as determinações do STF.

O indulto presidencial é uma medida que pode extinguir a punibilidade, conforme previsto no artigo 107 do Código Penal. A defesa de Silveira argumenta que ele deveria ser beneficiado pelo indulto natalino coletivo, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 23 de dezembro. No entanto, a PGR contesta que os crimes pelos quais Silveira foi condenado não se enquadram nos requisitos para o indulto.

O pedido de indulto retornará ao STF, onde o ministro Alexandre de Moraes deverá decidir sobre os 12 pedidos apresentados pela defesa. O primeiro deles foi feito no início de janeiro, solicitando que Silveira fosse incluído no decreto de indulto natalino, que abrange condenados por crimes sem violência, mulheres com penas de até 8 anos e pessoas com doenças crônicas ou deficiências.

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O indulto não se aplica a crimes hediondos, tortura, lavagem de dinheiro, terrorismo, racismo e crimes contra o Estado Democrático de Direito, entre outros. A defesa de Silveira alega que ele não descumpriu as condições estabelecidas, mas o vice-procurador-geral, Hindenburgo Chateaubriand Filho, afirmou que as evidências de descumprimento são “eloquentes”.

A revogação do livramento condicional de Silveira impede não apenas a concessão de novo livramento, mas também o desconto do período de liberdade no cálculo do cumprimento da pena, conforme determinação do vice-procurador.

A situação de Daniel Silveira é emblemática, refletindo o debate sobre os limites do indulto e a aplicação da justiça em casos de crimes considerados graves. O ex-deputado foi um dos principais alvos de críticas por suas posturas durante seu mandato, especialmente em relação à democracia e às instituições brasileiras.

Com a decisão da PGR, o futuro de Silveira em relação ao indulto presidencial se torna incerto, e a análise do STF será crucial para determinar se ele poderá ou não ser beneficiado por essa medida.

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