Anvisa encontra irregularidades em clínicas de estética em operação nacional
Agência identificou problemas em 19 estabelecimentos em seis cidades, incluindo produtos vencidos e reutilizados
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) iniciou, na última terça-feira, uma operação de fiscalização em clínicas de estética em seis cidades brasileiras. No primeiro dia da ação, foram vistoriados 19 estabelecimentos, e a agência constatou irregularidades em todos eles, incluindo a presença de produtos sem registro e itens vencidos.
A operação, denominada “Estética com Segurança”, foi realizada em parceria com as Vigilâncias Sanitárias estaduais e municipais e envolveu cerca de 50 profissionais. As cidades inspecionadas foram Brasília, Belo Horizonte, Goiânia, São Paulo, Osasco e Barueri.
Além das clínicas, a Anvisa também inspecionou dois fabricantes de dispositivos médicos nas cidades de Anápolis, Goiás, e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O objetivo da ação é verificar as condições sanitárias e a regularidade dos produtos utilizados, a fim de evitar riscos à saúde dos usuários.
Durante a fiscalização, a Anvisa identificou que todos os 19 estabelecimentos apresentaram algum tipo de irregularidade. Entre os problemas encontrados, destacam-se produtos sem registro no Brasil, medicamentos manipulados em grande escala, equipamentos descalibrados e itens reutilizados de forma inadequada.
Em Goiânia, uma clínica foi flagrada utilizando nomes de funcionários como se fossem de pacientes para burlar a fiscalização sobre a venda de medicamentos. Além disso, foram apreendidas embalagens de fenol abertas e vencidas, substância cuja utilização para fins estéticos foi suspensa no Brasil após um incidente trágico no ano passado.
Em São Paulo, a fiscalização revelou a presença de toxinas botulínicas armazenadas sem controle de temperatura e vencidas. Em Osasco, uma clínica foi encontrada com mais de 300 ampolas de produtos injetáveis em condições impróprias para uso, além de nove equipamentos médicos irregulares.
A Anvisa também interditou totalmente duas clínicas, uma em Goiânia e outra em Belo Horizonte, e impôs interdições parciais em outras três, localizadas em São Paulo e Brasília. Os fiscais relataram a presença de anestésicos vencidos e sem data de validade, além de fios e cânulas utilizados em procedimentos invasivos sem registro na agência.
Outro ponto alarmante foi a reutilização de instrumentos de uso único para microagulhamento, que foram encontrados com restos de sangue em uma clínica de Belo Horizonte. Além disso, em Goiânia, foram registrados dois casos de infecção após procedimentos realizados em uma das clínicas, os quais não foram notificados conforme a legislação exige.
A Anvisa alerta para os riscos de infecções e transmissão de doenças decorrentes das irregularidades encontradas. A agência recomenda que os consumidores desconfiem de promessas milagrosas e preços muito abaixo da média do mercado. É fundamental verificar se o estabelecimento possui alvará e licença sanitária válida e consultar os conselhos profissionais sobre as credenciais dos profissionais que atuam no local.
A operação “Estética com Segurança” foi motivada pelo aumento dos relatos de eventos adversos graves associados a procedimentos estéticos, que têm sido amplamente noticiados nos últimos anos. A Anvisa enfatiza a importância da vigilância dos consumidores na escolha de serviços de estética, para garantir sua segurança e saúde.
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