Um ataque em Munique deixou 36 feridos e o motorista, um afegão de 24 anos, admitiu ter agido intencionalmente.
14 de Fevereiro de 2025 às 09h21

Suspeito de atropelamento em Munique tinha motivações islamistas, afirmam autoridades

Um ataque em Munique deixou 36 feridos e o motorista, um afegão de 24 anos, admitiu ter agido intencionalmente.

Na manhã de quinta-feira, um atropelamento em Munique, na Alemanha, resultou em pelo menos 36 feridos, incluindo uma criança em estado crítico. O incidente ocorreu durante uma passeata do sindicato Verdi, que reunia cerca de 1.500 manifestantes, em um dia de greves na cidade.

O motorista, um afegão de 24 anos que possui autorização para residir na Alemanha, foi preso no local e admitiu ter dirigido intencionalmente em direção aos manifestantes. A procuradora Gabriele Tilmann, responsável pela investigação, confirmou que o suspeito tinha um “motivo islamista” para o ataque.

Tilmann destacou que, apesar das evidências que apontam para uma motivação religiosa, não há indícios de que o motorista estivesse vinculado a grupos extremistas, como o Estado Islâmico. Em suas redes sociais, ele havia publicado mensagens de teor religioso e, após o atropelamento, gritou “Allahu Akbar”, expressão árabe que significa “Deus é grande”.

O ataque aconteceu no cruzamento das ruas Dachauer e Seidlstrasse, onde o carro avançou a mais de 50 km/h, furando o bloqueio policial. Os agentes de segurança reagiram e dispararam contra o veículo, conseguindo deter o motorista.

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Entre os feridos, dois estão em estado grave, e a criança de dois anos foi levada para o hospital em condição crítica. As autoridades locais descartaram qualquer relação do ataque com a Conferência de Segurança de Munique, que aconteceria no dia seguinte e contaria com a presença de líderes políticos internacionais.

O governador da Baviera, Markus Söder, classificou o incidente como um “possível atentado” e ressaltou a importância de uma resposta firme das autoridades. O chanceler federal, Olaf Scholz, prometeu que o suspeito “não pode contar com qualquer indulgência” e deve ser severamente punido.

O suspeito chegou à Alemanha em 2016 como um refugiado menor de idade e, embora seu pedido de asilo tenha sido negado em 2017, ele obteve um status de “estadia tolerada” em 2021, que permitiu sua permanência no país. O secretário do Interior da Baviera, Joachim Herrmann, afirmou que a residência do suspeito era legal até o momento do ataque.

A situação gerou um intenso debate político na Alemanha, especialmente com as eleições gerais se aproximando. O líder do partido conservador CDU, Friedrich Merz, pediu medidas de segurança mais rigorosas, enquanto a candidata da ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD), Alice Weidel, criticou a política de imigração do país, afirmando que o suspeito nunca teria entrado na Alemanha se seu partido estivesse no poder.

As investigações continuam em andamento, e as autoridades estão analisando as circunstâncias que levaram ao ataque, bem como o histórico do suspeito.

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