
Lula promete reação ao taxar aço brasileiro e critica postura de Trump
Em entrevista, presidente destaca que Brasil não aceitará tarifas unilaterais dos EUA e busca diálogo.
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira, 14, que o Brasil reagirá de forma contundente caso os Estados Unidos avancem com a taxação do aço brasileiro. Durante uma entrevista à rádio Clube do Pará, Lula enfatizou a necessidade de reciprocidade nas relações comerciais. “Se taxar o aço brasileiro, nós vamos reagir. Queremos paz, não queremos guerra”, declarou.
O presidente fez referência ao recente memorando assinado pelo presidente americano, Donald Trump, que prevê a imposição de tarifas a países que aplicam taxas sobre produtos americanos. Lula frisou que o Brasil não ficará inerte diante de ações que possam prejudicar sua economia. “Se o Trump tiver alguma atitude com o Brasil, haverá reciprocidade”, afirmou.
Lula também mencionou que o governo brasileiro pode optar por denunciar as tarifas na Organização Mundial do Comércio (OMC) ou, alternativamente, taxar produtos importados dos Estados Unidos. “Vamos reagir comercialmente, ou vamos denunciar na Organização do Comércio ou vamos taxar os produtos que a gente importa deles”, disse o presidente.
O presidente brasileiro expressou preocupação com a postura dos EUA, que, segundo ele, têm se comportado como o “xerife do mundo”. Ele ressaltou a importância de uma relação bilateral saudável e respeitosa entre Brasil e Estados Unidos, que existe há mais de 200 anos. “Se o Donald Trump cuidar dos Estados Unidos, e eu cuidar do Brasil, tudo estará maravilhosamente bem”, completou.


Além disso, Lula destacou a relevância da visita à capital paraense, onde se encontrou com autoridades locais e discutiu as obras relacionadas à Conferência das Partes (COP30), que ocorrerá em novembro deste ano.
O presidente também lembrou que a guerra tarifária iniciada por Trump não afeta apenas o Brasil, mas também outros países que têm enfrentado medidas semelhantes. “Desde que assumiu a Casa Branca, Trump tem feito ameaças tarifárias como estratégia para proteger os interesses dos EUA”, observou.
Recentemente, o governo americano anunciou tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio, o que inclui produtos brasileiros. A decisão, que entrará em vigor a partir de 12 de março, foi criticada por líderes de diversas nações, que veem essas medidas como um retrocesso nas relações comerciais internacionais.
Com a crescente tensão nas relações comerciais, Lula reafirmou a necessidade de diálogo e entendimento mútuo, evitando que a situação evolua para um confronto econômico. “Nós queremos paz e tranquilidade. Agora, se tiver alguma atitude contra o Brasil, haverá reciprocidade. Não tem dúvida”, concluiu.
Veja também: