Ministro Alexandre Silveira anunciou a entrada do Brasil no grupo de produtores de petróleo, destacando a importância da decisão.
18 de Fevereiro de 2025 às 18h44

Brasil confirma adesão à Opep+ em decisão histórica do governo Lula

Ministro Alexandre Silveira anunciou a entrada do Brasil no grupo de produtores de petróleo, destacando a importância da decisão.

Nesta terça-feira, 18 de fevereiro, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou que o Brasil decidiu oficialmente ingressar na Opep+, grupo que reúne países produtores de petróleo, incluindo membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e nações aliadas, como a Arábia Saudita e a Rússia.

A adesão do Brasil à Opep+ foi uma decisão aguardada desde que o país recebeu o convite durante uma visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Oriente Médio, há mais de um ano. A confirmação ocorreu em uma reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), onde Silveira enfatizou que “é apenas um fórum de discussão de estratégias dos países produtores de petróleo. Não devemos nos envergonhar de sermos produtores de petróleo”.

O anúncio acontece em um ano significativo, já que o Brasil sediará a COP30, conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, em novembro. Silveira, no entanto, não vê contradição entre a adesão ao grupo e os compromissos ambientais do país, afirmando que a participação no fórum permitirá que o Brasil apresente suas ideias sobre transição energética.

O ministro ainda destacou que a entrada do Brasil na Opep+ não significa que o país irá opinar sobre as políticas de produção e preços do cartel. Em vez disso, a participação se limitará a acompanhar as decisões técnicas e a contribuir com propostas para a promoção de biocombustíveis e descarbonização.

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Além da adesão à Opep+, o governo também decidiu integrar a Agência Internacional de Energia (IEA) e a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), reforçando seu compromisso com a diversificação das fontes energéticas e a sustentabilidade.

A decisão de ingressar na Opep+ foi recebida com críticas por ambientalistas, que questionam a compatibilidade entre a exploração de petróleo e os compromissos climáticos do Brasil. Em resposta, Silveira se declarou um defensor do meio ambiente, afirmando que deseja entender por que a participação em um fórum de discussão sobre energia é considerada uma contradição.

O governo Lula enfrenta um desafio ao equilibrar a exploração de recursos naturais com a agenda ambiental, especialmente em um momento em que o Brasil busca se posicionar como líder na transição energética global. A adesão ao grupo de produtores de petróleo pode ser vista como uma tentativa de dialogar com outros países sobre práticas sustentáveis na indústria.

Com essa nova fase, o Brasil se junta a um seleto grupo de nações que discutem políticas energéticas em um contexto global. O governo espera que essa participação traga benefícios econômicos e fortaleça a posição do país no cenário internacional.

A entrada do Brasil na Opep+ representa um marco na política energética nacional, refletindo uma estratégia mais integrada e colaborativa com outros países produtores de petróleo, ao mesmo tempo que busca promover uma agenda de sustentabilidade e inovação no setor energético.

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