Ex-ajudante de Bolsonaro afirma que recebeu ordem para falsificar cartão de vacina
Mauro Cid revelou em delaçãopremiada que falsificou certificados de vacinação para o ex-presidente e sua filha.
Em um depoimento revelador, o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou que recebeu ordens diretas do mandatário para falsificar dados de vacinação contra a Covid-19. A declaração foi feita durante sua delaçãopremiada, que teve o sigilo retirado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Cid relatou que inseriu informações falsas no sistema do Ministério da Saúde, tanto para Bolsonaro quanto para sua filha, Laura Firmo Bolsonaro. Segundo o ex-ajudante, os certificados de vacinação foram impressos e entregues diretamente ao ex-presidente.
O tenente-coronel detalhou que a solicitação ocorreu após Bolsonaro tomar conhecimento de que Cid possuía os cartões de vacinação para sua família. “O colaborador imprimiu os certificados de vacina e entregou em mãos para o ex-presidente Jair Bolsonaro”, diz o depoimento.
De acordo com Cid, a motivação para a falsificação era garantir que o ex-presidente e sua filha tivessem os documentos necessários para viagens internacionais, especialmente para os Estados Unidos, que exigiam comprovação de vacinação na época.
A Polícia Federal indiciou Bolsonaro, Cid e outras 15 pessoas por suspeitas de envolvimento em um esquema de fraude relacionado aos cartões de vacinação. A Procuradoria-Geral da República (PGR) ainda não decidiu se apresentará uma denúncia formal sobre o caso.
Além disso, a PGR já havia denunciado Bolsonaro e outros 32 indivíduos em um contexto diferente, relacionado a uma suposta tentativa de golpe de Estado, o que intensifica as investigações sobre as ações do ex-presidente.
A quebra do sigilo da delaçãopremiada de Cid ocorreu em um momento crítico, uma vez que as investigações sobre o ex-presidente estão em andamento e envolvem diversas acusações graves. O depoimento de Cid poderá ter implicações significativas para o futuro político de Bolsonaro.
As alegações de Cid não apenas levantam questões sobre a ética do ex-presidente, mas também colocam em evidência a necessidade de uma investigação aprofundada sobre as práticas utilizadas durante seu governo. O caso continua a ser monitorado de perto pelas autoridades e pela opinião pública.
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