Chris Pavlovski, da plataforma Rumble, critica ações do STF e promete levar o caso à Justiça dos EUA.
19 de Fevereiro de 2025 às 16h36

CEO da Rumble desafia Moraes e afirma que não cumprirá ordens ilegais

Chris Pavlovski, da plataforma Rumble, critica ações do STF e promete levar o caso à Justiça dos EUA.

Chris Pavlovski, CEO da plataforma de streaming Rumble, utilizou sua conta no X (antigo Twitter) para enviar um recado contundente ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Na mensagem, publicada na manhã desta quarta-feira, 19, Pavlovski declarou que a Rumble não cumprirá as “ordens ilegais” emitidas pelo magistrado.

“Oi, Alexandre. A Rumble não cumprirá suas ordens ilegais. Em vez disso, nos veremos no tribunal”, afirmou Pavlovski, marcando diretamente o perfil de Moraes na rede social.

“Oi, Alexandre. A Rumble não cumprirá suas ordens ilegais. Em vez disso, nos veremos no tribunal. Atenciosamente, Chris Pavlovski”

A declaração de Pavlovski ocorre horas após a Rumble e a Truth Social, rede social ligada ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entrarem com uma ação judicial contra Moraes. As empresas acusam o ministro de promover censura, alegando que suas ordens violam a Constituição americana.

O processo foi protocolado em um tribunal federal na Flórida, onde a Rumble tem sua sede. A ação busca contestar ordens recentes de Moraes, que determinaram o fechamento da conta do blogueiro Allan dos Santos na Rumble e a entrega de seus dados pessoais. Segundo os advogados, essas ordens infringem a soberania e as leis dos Estados Unidos.

Allan dos Santos, que se encontra foragido da Justiça brasileira, é investigado pelo STF por suposta propagação de desinformação e ofensas a ministros da Corte. A defesa argumenta que a liberdade de expressão de Allan é protegida pela Primeira Emenda da Constituição americana, uma vez que ele é residente legal nos EUA.

Pavlovski também destacou que a Rumble não se deixará intimidar pelas ações do STF. “A guerra pela liberdade de expressão se tornou global. A Rumble não será intimidada pelo juiz Alexandre de Moraes”, afirmou em uma das postagens.

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As ordens de Moraes, que incluem a proibição de Allan dos Santos de criar novos perfis na plataforma, foram classificadas como “censura política” pelas empresas envolvidas no processo. Além disso, o ministro impôs sigilo absoluto sobre suas determinações, o que impossibilitou a Rumble de divulgar informações sobre o conteúdo censurado.

Em dezembro de 2023, a Rumble havia suspendido suas operações no Brasil em resposta a ordens de Moraes, que baniu criadores de conteúdo e figuras públicas, incluindo parlamentares. Para evitar sanções, a plataforma decidiu encerrar suas atividades no país, mas retornou em fevereiro de 2025, anunciando sua volta com a mensagem: “Hello, Brazil, we’re back”.

As ações de Moraes têm gerado polêmica, especialmente entre empresas de tecnologia nos EUA, que veem as regulamentações estrangeiras como uma forma de censura. A Rumble, que fornece serviços de nuvem para a Truth Social, argumenta que qualquer restrição em suas operações no Brasil pode prejudicar a empresa de Trump, aumentando a pressão sobre as decisões do STF.

O advogado da Rumble, E. Martin De Luca, do escritório Boies Schiller, reforçou que a ação judicial busca garantir que as empresas americanas operem de acordo com as leis dos EUA, sem a interferência de tribunais estrangeiros.

O caso continua a atrair a atenção da mídia e do público, à medida que as empresas envolvidas se preparam para enfrentar Moraes nos tribunais.

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