Ministro do STF determina que plataforma de vídeos Rumble deve nomear representante legal ou sofrerá bloqueio imediato.
21 de Fevereiro de 2025 às 05h20

Moraes exige que Rumble indique representante legal no Brasil em 48 horas

Ministro do STF determina que plataforma de vídeos Rumble deve nomear representante legal ou sofrerá bloqueio imediato.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que a plataforma de compartilhamento de vídeos Rumble indique um representante legal no Brasil em um prazo de 48 horas, sob pena de suspensão imediata de suas atividades no país. A decisão foi divulgada nesta quinta-feira e reflete a crescente tensão entre a Justiça brasileira e plataformas de redes sociais.

Na decisão, Moraes afirmou: “Determino a intimação da empresa Rumble Inc. para indicar, documentalmente, no prazo de 48 horas, o representante legal da empresa no Brasil, com amplos poderes e comprovação documental da respectiva Junta Comercial da regular constituição da empresa, sob pena de suspensão imediata das atividades da empresa no território brasileiro”.

A determinação de Moraes ocorre em um contexto de ações judiciais que envolvem a plataforma e o influenciador Allan dos Santos, próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em fevereiro, Moraes já havia ordenado o bloqueio da conta de dos Santos no Rumble, após o influenciador criar novos perfis em outras plataformas para burlar uma ordem judicial que havia bloqueado seus canais no YouTube, Instagram, Facebook e Twitter.

Após a notificação da Justiça, um advogado contratado pela Rumble afirmou que não era o representante legal da plataforma no Brasil, o que levou Moraes a intensificar a pressão sobre a empresa.

A decisão do ministro também se deu em um momento em que a Rumble, junto com o Trump Media & Technology Group, do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entrou com uma ação contra Moraes em um tribunal da Flórida. A alegação é de que as ordens do ministro “censuram o discurso político legítimo nos Estados Unidos”.

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Chris Pavlovski, CEO da Rumble, classificou a ordem de Moraes como ilegal. Em uma postagem na rede social X, ele declarou: “Oi @alexandre. Recebemos outra ordem ilegal e secreta da noite passada que exige que a cumpramos até amanhã à noite. Você não tem autoridade sobre a Rumble aqui nos EUA, a menos que passe pelo governo dos EUA. Repito: vejo você no tribunal”.

Essa não é a primeira vez que uma plataforma de redes sociais é intimada a nomear um representante legal no Brasil. Em agosto do ano passado, Moraes suspendeu o funcionamento do X, do bilionário Elon Musk, devido à ausência de um representante legal e ao descumprimento de ordens judiciais relacionadas ao bloqueio de contas que disseminavam notícias falsas.

A suspensão do X foi revertida após a empresa atender às exigências da Justiça brasileira, incluindo o pagamento de multas que totalizaram R$ 28,6 milhões.

A situação envolvendo o Rumble e o STF levanta questões sobre a atuação da Justiça brasileira em relação a plataformas digitais e a necessidade de cumprimento das legislações locais por empresas estrangeiras.

O desenrolar deste caso é observado com atenção, especialmente em um cenário onde a liberdade de expressão e a regulação das redes sociais são temas em constante debate.

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