Ministro do STF ameaça suspender serviços da plataforma caso não cumpra ordem.
21 de Fevereiro de 2025 às 00h48

Moraes determina que Rumble indique representante legal em 48 horas

Ministro do STF ameaça suspender serviços da plataforma caso não cumpra ordem.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), impôs um prazo de 48 horas para que a plataforma de vídeos Rumble indique um representante legal no Brasil. A decisão, proferida em 19 de fevereiro, visa garantir que a empresa atenda às ordens judiciais e cumpra a legislação nacional.

A determinação ocorre em meio a investigações sobre a atuação do influenciador Allan dos Santos, que, segundo o STF, utiliza a Rumble para disseminar desinformação e promover ataques às instituições democráticas. Moraes enfatizou que o representante legal deve ter amplos poderes, incluindo a capacidade de nomear advogados e comprovar a regularidade da empresa junto à Junta Comercial.

O não cumprimento da ordem poderá resultar em uma multa diária de R$ 50 mil e, em última instância, na suspensão das atividades da Rumble no Brasil. O objetivo da medida é assegurar que plataformas digitais que operam no país estejam sujeitas à legislação brasileira e possam ser responsabilizadas por conteúdos irregulares.

Além da exigência de um representante legal, Moraes ordenou o bloqueio do canal de Allan dos Santos na plataforma, bem como a interrupção de novos cadastros e repasses financeiros ao influenciador. A decisão se alinha a ações anteriores contra outras redes sociais, como YouTube e Facebook, que já cumpriram determinações semelhantes.

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O ministro destacou que todas as plataformas digitais devem seguir as regras estabelecidas pelo Marco Civil da Internet, que exige representação legal no Brasil para responder a determinações judiciais. Moraes reiterou que nenhuma empresa pode operar no território nacional sem obedecer às leis brasileiras.

Se a Rumble não atender à ordem, a empresa poderá enfrentar sanções mais severas, incluindo a possibilidade de banimento do Brasil. O STF considera que a plataforma está sendo utilizada para a propagação de discursos de ódio e ataques à democracia.

A decisão de Moraes ocorre em um contexto de crescente tensão entre a Rumble e o sistema judiciário brasileiro. A plataforma, que se tornou um reduto para grupos conservadores, foi fundada em 2013 pelo empresário canadense Chris Pavlovski. Recentemente, a Rumble processou Moraes na Justiça dos Estados Unidos, alegando censura e violação de direitos.

Chris Pavlovski, CEO da Rumble, criticou abertamente a decisão do ministro, afirmando que a plataforma não se submeterá a ordens que considera ilegais. Em uma postagem nas redes sociais, ele declarou: “A guerra pela liberdade de expressão se tornou global” e afirmou que a Rumble lutará por seus criadores e pela liberdade de expressão.

A Rumble voltou a operar no Brasil em fevereiro de 2025, após ter interrompido suas atividades em dezembro de 2023, em resposta a ordens de Moraes para remoção de conteúdos e perfis de influenciadores. A plataforma, que havia sido desativada, retoma suas operações em um cenário de disputas legais e políticas que envolvem a liberdade de expressão e a regulamentação das redes sociais no país.

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