
Israel aprova proposta dos EUA para estender trégua em Gaza durante Ramadã e Páscoa judaica
O governo israelense anunciou a aprovação de um cessar-fogo temporário durante as celebrações religiosas em abril.
O governo de Israel anunciou neste sábado (1º de março) a aprovação de uma proposta dos Estados Unidos que visa estender a trégua em Gaza durante o Ramadã e a Páscoa judaica, que ocorrerão em abril. O comunicado foi feito pelo gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
A proposta, apresentada pelo enviado do presidente americano, Steve Witkoff, visa estabelecer um cessar-fogo temporário que se estenderá até o final de março, quando termina o Ramadã, e até meados de abril, quando será celebrada a Páscoa judaica, também conhecida como Pessach.
“Israel adota o plano de Witkoff para um cessar-fogo temporário durante os períodos do Ramadã e de Pessach”, afirmou o gabinete de Netanyahu, ressaltando que a primeira fase da trégua com o grupo terrorista Hamas expirou sem um acordo sobre as próximas etapas.
De acordo com as informações divulgadas, a proposta prevê que metade dos reféns, tanto vivos quanto mortos, seja liberada no primeiro dia da sua entrada em vigor, enquanto os demais seriam libertados no final, caso um acordo sobre um cessar-fogo permanente seja alcançado.
O gabinete de Netanyahu indicou que Witkoff apresentou a proposta após concluir que as posições do Hamas e de Israel eram irreconciliáveis no momento, sendo necessário um adiamento adicional para facilitar as negociações sobre um cessar-fogo definitivo.


O comunicado também destacou que Israel está disposto a iniciar imediatamente as negociações sobre todos os detalhes do plano de Witkoff, contanto que o Hamas mude sua posição e aceite a proposta.
A trégua, que entrou em vigor em 19 de janeiro, foi estabelecida após um ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de cerca de 1.218 pessoas, em sua maioria civis, e levou a uma resposta militar israelense que causou grande destruição em Gaza.
Durante as semanas de cessar-fogo, o Hamas libertou 25 reféns e devolveu os corpos de outros oito em troca da liberação de centenas de prisioneiros palestinos detidos em Israel.
Embora a proposta tenha sido aprovada por Israel, a resposta do Hamas ainda não foi divulgada. O grupo já havia manifestado anteriormente sua rejeição à ideia de uma extensão da trégua sob as condições propostas.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, reiterou a importância de evitar a retomada do conflito, alertando que isso poderia resultar em consequências catastróficas para a população civil em Gaza, que já enfrenta uma grave crise humanitária.
A situação em Gaza continua crítica, com a maioria da população deslocada e as infraestruturas severamente danificadas, o que agrava a necessidade de ajuda humanitária na região.
Veja também: