
EUA impõem prazo de um mês para Chevron encerrar operações na Venezuela
O Departamento do Tesouro dos EUA determina que Chevron finalize suas atividades no país até 3 de abril, aumentando a pressão sobre Maduro.
O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou nesta terça-feira (4) que a petroleira Chevron deve encerrar suas operações na Venezuela até o dia 3 de abril. A decisão, que estabelece um prazo de apenas 30 dias, contrasta com o período habitual de transição de seis meses e está alinhada com a promessa do ex-presidente Donald Trump de impedir a venda de petróleo bruto venezuelano.
Essa medida representa um impacto significativo para o governo de Nicolás Maduro, aumentando a pressão para que o líder venezuelano busque um acordo rápido com a administração americana. A Chevron, que nos últimos anos ampliou sua produção, é responsável por cerca de 20% da produção total de petróleo do país, o que a torna um ator crucial na economia venezuelana.
A nova ordem do Tesouro dos EUA também revoga uma decisão anterior do governo de Joe Biden, que havia permitido a Chevron enviar petróleo bruto pesado da Venezuela para refinarias na Costa do Golfo. A mudança de postura é justificada pela falta de avanços nas promessas de transparência política feitas por Maduro, que enfrenta críticas por não ter cumprido compromissos de reformas democráticas.
Em sua postagem nas redes sociais, Trump afirmou: “Estamos revertendo as concessões que o Corrupto Joe Biden deu a Nicolás Maduro, da Venezuela, no acordo de transações de petróleo”. O secretário de Estado, Marco Rubio, também se manifestou, prometendo “orientação de política externa” para encerrar todas as licenças de petróleo e gás concedidas na era Biden, que, segundo ele, financiaram o regime ilegítimo de Maduro.


Além de determinar o encerramento das operações, a nova licença impõe restrições severas à Chevron. A empresa não poderá pagar impostos ou royalties ao governo da Venezuela, nem dividendos à Petróleos de Venezuela (PDVSA), a estatal do país. Também estão proibidas a venda de petróleo ou derivados a qualquer jurisdição que não sejam os Estados Unidos.
As restrições se estendem ainda a transações com empresas controladas por companhias da Federação da Rússia e a operações com indivíduos sancionados por Washington. Essa série de medidas visa aumentar a pressão sobre o governo de Maduro, que já enfrenta dificuldades econômicas e políticas.
Trump já havia anunciado o fim da licença que permitia a operação da Chevron na Venezuela, o que foi considerado um duro golpe para o governo chavista. O ex-presidente americano também criticou Maduro por não ter recebido imigrantes venezuelanos em situação irregular nos Estados Unidos no ritmo acordado.
O apoio de Trump ao opositor venezuelano exilado Edmundo González Urrutia, que reivindica a vitória nas eleições presidenciais de julho de 2024, também indica uma continuidade na estratégia de pressão sobre o governo de Maduro. González Urrutia esteve presente na posse de Trump em janeiro, reforçando a aliança entre os opositores do regime venezuelano e a administração americana.
Até o momento, o governo da Venezuela não se manifestou oficialmente sobre a nova decisão do Tesouro dos EUA. A vice-presidente Delcy Rodríguez, em uma declaração anterior, havia classificado a reversão da licença como “prejudicial e inexplicável”.
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