O primeiro-ministro Mute Egede destaca que o futuro da Groenlândia será decidido pelos groenlandeses.
05 de Março de 2025 às 15h32

Groenlândia reafirma: 'Não estamos à venda' após declarações de Trump

O primeiro-ministro Mute Egede destaca que o futuro da Groenlândia será decidido pelos groenlandeses.

O primeiro-ministro da Groenlândia, Mute Bourup Egede, manifestou-se nesta quarta-feira (5) em resposta às recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que expressou interesse em adquirir o território dinamarquês. Em um tom firme, Egede afirmou que os groenlandeses “não estão à venda”.

Em uma publicação nas redes sociais, o premiê enfatizou: “Não queremos ser americanos, nem dinamarqueses; somos groenlandeses. Os americanos e seu líder devem entender isso. Não estamos à venda e não podemos simplesmente ser levados. O nosso futuro será decidido por nós, na Groenlândia”.

A declaração de Egede surge após Trump ter reiterado suas ambições territoriais durante um discurso no Congresso dos EUA, onde afirmou que pretende estender o controle americano sobre a Groenlândia “de uma forma ou de outra”. O presidente destacou a importância estratégica da ilha para a segurança nacional dos Estados Unidos.

“Tenho uma mensagem esta noite para o incrível povo da Groenlândia. Apoiamos firmemente seu direito de determinar seu próprio futuro. E, se assim desejarem, nós os receberemos nos Estados Unidos da América. Precisamos da Groenlândia para a segurança nacional e até mesmo para a segurança internacional”, disse Trump, provocando uma reação imediata do governo groenlandês.

A Groenlândia, uma região autônoma da Dinamarca, possui uma localização geográfica estratégica e recursos minerais abundantes, o que a torna um alvo de interesse geopolítico. Desde seu primeiro mandato, Trump tem demonstrado interesse em adquirir a ilha, o que gerou tensões diplomáticas entre os EUA, a Dinamarca e a Groenlândia.

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O ministro dinamarquês da Defesa, Troels Lund Poulsen, também se manifestou, afirmando que “isso não acontecerá”, em referência às intenções de Trump. Ele ressaltou um aspecto positivo do discurso do presidente americano: o reconhecimento do direito dos groenlandeses de decidirem sobre seu próprio futuro.

As declarações de Trump e Egede refletem um momento de crescente atenção internacional sobre a Groenlândia, especialmente em meio a discussões sobre suas riquezas naturais e a segurança global. O premiê groenlandês reiterou que a autonomia e a autodeterminação são fundamentais para o povo da ilha.

Com eleições legislativas marcadas para o dia 11 de março, a Groenlândia se prepara para um período de decisões importantes que moldarão seu futuro. A posição de Egede, ao afirmar que “não estamos à venda”, é um claro sinal de que a Groenlândia busca afirmar sua identidade e autonomia diante das pressões externas.

Enquanto isso, Trump continua a expressar suas ambições territoriais, não apenas em relação à Groenlândia, mas também em relação ao Canal do Panamá, onde pretende retomar o controle, alegando que isso é necessário para a segurança nacional dos EUA.

A situação atual evidencia a complexidade das relações internacionais e a importância da Groenlândia no cenário geopolítico contemporâneo, onde interesses estratégicos se entrelaçam com a autodeterminação de seus habitantes.

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