Pequim responde com firmeza às tarifas impostas por Donald Trump, intensificando a tensão comercial.
05 de Março de 2025 às 21h23

China declara estar pronta para 'qualquer tipo de guerra' contra os EUA após novas tarifas

Pequim responde com firmeza às tarifas impostas por Donald Trump, intensificando a tensão comercial.

A China emitiu um alerta contundente aos Estados Unidos, afirmando que está pronta para enfrentar "qualquer tipo de guerra" em resposta às tarifas comerciais recentemente impostas pelo governo do presidente Donald Trump. A declaração foi feita pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, e marca um dos momentos mais críticos nas relações entre as duas potências.

Na última terça-feira, 4 de março, Lin destacou que as tarifas são uma "desculpa esfarrapada" para o aumento das tensões e acusou os EUA de tentarem transferir a responsabilidade pela crise do fentanil para a China. O porta-voz enfatizou que as contramedidas adotadas por Pequim são legítimas e necessárias para proteger os interesses do país.

"Se a guerra é o que os EUA querem, seja uma guerra tarifária, uma guerra comercial ou qualquer outro tipo de guerra, estamos prontos para lutar até o fim", afirmou Lin durante uma coletiva de imprensa. A mensagem foi rapidamente compartilhada pela embaixada chinesa nos EUA, intensificando a retórica agressiva de Pequim.

A escalada nas tensões comerciais ocorreu após Trump aumentar as tarifas sobre produtos chineses de 10% para 20%, o que afeta cerca de US$ 1,4 trilhão em mercadorias. O presidente americano justificou a medida alegando que a China não está fazendo o suficiente para combater o tráfico de fentanil, uma droga sintética que tem causado uma crise de saúde nos EUA.

Em resposta, a China impôs tarifas de 10% a 15% sobre produtos agrícolas dos EUA, como frango, trigo e soja, visando diretamente os agricultores americanos, que são uma base de apoio importante para Trump. Essa retaliação é vista como uma estratégia de Pequim para pressionar o presidente a reconsiderar suas políticas comerciais.

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Durante a abertura do Congresso Nacional do Povo, o primeiro-ministro Li Qiang também anunciou um aumento de 7,2% no orçamento militar da China para 2025, ressaltando a determinação do país em não ceder às pressões externas. Li afirmou que "mudanças sem precedentes estão ocorrendo em um ritmo acelerado" e que a China deve se preparar para os desafios globais.

A postura agressiva da China visa não apenas fortalecer sua posição interna, mas também projetar uma imagem de estabilidade e força diante de um cenário internacional conturbado. Analistas acreditam que essa estratégia pode ser uma tentativa de atrair novos parceiros comerciais, enquanto enfrenta as sanções e tarifas impostas pelos EUA.

As relações entre os dois países, que já eram tensas, se deterioraram ainda mais após a imposição das tarifas. Pequim busca equilibrar sua retórica agressiva com a necessidade de manter um diálogo aberto com potenciais novos aliados, evitando afastar parceiros comerciais.

O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, respondeu à declaração da China afirmando que os Estados Unidos estão "preparados" para qualquer eventualidade. Hegseth destacou a importância de estar pronto para a guerra, caso seja necessário, e reiterou o compromisso dos EUA em fortalecer suas forças armadas.

Enquanto isso, a China continua a enfatizar que a intimidação e a pressão não são formas eficazes de lidar com o país. Lin Jian concluiu sua declaração afirmando que qualquer tentativa de bullying por parte dos EUA será respondida com firmeza.

Com um orçamento militar de US$ 245 bilhões, a China mantém a segunda maior força armada do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. A crescente presença militar da China no Pacífico e os exercícios próximos a Taiwan são vistos como parte de sua estratégia para reafirmar sua posição na região.

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