O senador Ciro Nogueira (PP) sugere que o candidato apoiado por Bolsonaro deve comprometer-se com a anistia ao ex-presidente.
07 de Março de 2025 às 02h52

Ciro Nogueira defende anistia a Bolsonaro em 2026 se ex-presidente não concorrer

O senador Ciro Nogueira (PP) sugere que o candidato apoiado por Bolsonaro deve comprometer-se com a anistia ao ex-presidente.

O senador Ciro Nogueira, do Partido Progressista (PP), afirmou que, caso Jair Bolsonaro, do Partido Liberal (PL), não se candidate à Presidência da República em 2026, o nome que receber seu apoio deverá se comprometer a anistiá-lo. A declaração foi feita em entrevista ao programa Globonews nesta quinta-feira, 6, e reflete a movimentação política em torno das eleições futuras.

Nogueira, que foi ministro da Casa Civil durante o governo Bolsonaro, destacou que a anistia visaria reparar uma “injustiça” cometida contra o ex-presidente, que se encontra inelegível desde junho de 2023. Naquele mês, uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou que Bolsonaro não poderia disputar eleições até 2030, devido a um encontro com embaixadores em julho de 2022, que foi considerado uma violação das regras eleitorais.

O senador também comentou sobre a atual situação da direita brasileira, que discute possíveis nomes para a corrida presidencial de 2026. Apesar de Bolsonaro afirmar que será o candidato conservador, outros líderes, como os governadores Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, e Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, surgem como alternativas viáveis.

Em uma visita ao ex-presidente, realizada em Angra dos Reis (RJ), Nogueira se reuniu com Bolsonaro e outros aliados, como o ex-ministro das Comunicações, Fábio Faria, e o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite. Durante o encontro, Nogueira expressou otimismo, afirmando: “Vamos que vamos, presidente, vamos voltar”, e descreveu a visita como “uma visita de carnaval com olhar em 2026”.

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Além de discutir a anistia, Nogueira também criticou o atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele se referiu ao ministro da Economia, Fernando Haddad, como “o ministro da Economia mais desacreditado da história”, em meio a crescentes insatisfações sobre a alta dos preços dos alimentos e a condução econômica do país.

O senador já manifestou divergências com a visão de país da nova chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), e sugeriu que o PP poderia se distanciar da base governista caso não houvesse mudanças significativas na administração petista.

A movimentação de Ciro Nogueira e sua aproximação com Bolsonaro podem ser vistas como uma estratégia para consolidar sua posição política em um cenário onde a direita busca se reorganizar para as próximas eleições. A possibilidade de anistia a Bolsonaro, caso ele não dispute, representa um tema polêmico que poderá impactar o cenário político brasileiro nos próximos anos.

Com a pressão sobre o governo Lula aumentando, e a insatisfação popular crescendo, a oposição se prepara para um embate nas eleições de 2026, onde as alianças e compromissos políticos serão cruciais para a definição dos candidatos e suas respectivas plataformas.

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