
Ciro Gomes é incluído no Serasa por dívida de R$ 1 mil após derrota judicial
Valor refere-se a honorários advocatícios de processo contra jornalista; político ainda não se manifestou
Ciro Gomes, ex-governador do Ceará e candidato à Presidência da República pelo PDT, teve seu nome inserido na lista de inadimplentes do Serasa devido a uma dívida de R$ 1 mil. Essa quantia diz respeito a honorários advocatícios resultantes de um processo judicial que ele perdeu contra o jornalista e influenciador Felippe Hermes em 2023. A ação, iniciada em 2021, foi considerada improcedente pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, levando à inclusão de Ciro na lista de devedores.
O juiz Alexandre Schwartz Manica, responsável pelo julgamento, destacou que a crítica feita por Hermes não prejudicou a imagem do político. Em sua decisão, o magistrado ressaltou que figuras públicas devem estar preparadas para receber críticas e ter maior tolerância em relação a elas. Após a decisão desfavorável, Ciro foi notificado para pagar 10% do valor da indenização que havia solicitado, mas não cumpriu com a determinação. Como resultado, suas contas foram bloqueadas, mas o valor devido não foi localizado, culminando na inclusão de seu nome no Serasa no final de fevereiro.
Além dessa situação, Ciro Gomes já enfrentou outras complicações financeiras por não honrar decisões judiciais. Em 2018, ele teve sua residência alvo de busca por bens devido a uma dívida de R$ 31 mil relacionada a uma ação movida contra a revista Veja. Em outubro de 2023, sua esposa, Giselle Bezerra, também teve suas contas bloqueadas em razão de uma indenização devida ao ex-governador paulista José Serra.


O processo que resultou na inclusão de Ciro no Serasa começou quando ele tentou excluir uma publicação de Hermes que criticava sua proposta de reestatização da Petrobras. Na ocasião, o jornalista descreveu a sugestão de Ciro como “maluca” e ironizou que ela poderia levar o Brasil ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), em referência ao programa “Nome Limpo”, defendido pelo político nas eleições de 2018.
Durante o julgamento, o juiz Manica argumentou que a maior exposição pública de Ciro, como político, o torna sujeito a críticas, que não necessariamente ferem sua imagem. “A parte autora, por ser um político, está exposta a uma maior visibilidade, onde a crítica como opinião nem sempre fere a imagem e a intimidade, porque há disputas de caráter ideológico”, afirmou o magistrado.
Com a decisão judicial, Ciro foi condenado a pagar honorários advocatícios, mas não efetuou o pagamento, o que resultou em sua inclusão no cadastro de inadimplentes. Essa não é a primeira vez que o ex-governador enfrenta problemas financeiros relacionados a processos judiciais. Em 2024, o Tribunal de Justiça de São Paulo autorizou a penhora de bens de Ciro pelo não pagamento de uma dívida de R$ 31 mil, referente a honorários advocatícios de uma ação que ele perdeu contra jornalistas da Abril Comunicações em 2018.
A situação de Ciro Gomes levanta preocupações sobre sua capacidade de honrar compromissos financeiros, especialmente em um momento em que ele se posiciona como candidato à presidência. O ex-governador ainda não se manifestou publicamente sobre sua inclusão no Serasa e as consequências financeiras decorrentes de suas ações judiciais.
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