
EUA retomam fuzilamento como método de execução após 15 anos de pausa
Brad Sigmon, condenado por homicídio, será o primeiro a ser executado por fuzilamento desde 2010
Na Carolina do Sul, um homem condenado à morte está prestes a se tornar o primeiro a ser executado por fuzilamento nos Estados Unidos em 15 anos. Brad Sigmon, de 67 anos, foi condenado em 2002 pelo assassinato dos pais de sua ex-namorada, Gladys e David Larke, utilizando um taco de beisebol.
A execução de Sigmon está marcada para esta sexta-feira, 7 de março, e ocorrerá a menos de 15 pés de distância, onde três voluntários armados com rifles dispararão balas projetadas para se fragmentar ao atingir o peito do condenado. O método foi escolhido por Sigmon em detrimento da injeção letal e da cadeira elétrica, que ele considerou opções ainda mais cruéis.
“A escolha que ele enfrentou era impossível”, afirmou Gerald “Bo” King, advogado de Sigmon. O condenado expressou preocupações sobre as alternativas, temendo que a injeção letal pudesse resultar em uma morte agonizante e a cadeira elétrica o queimasse vivo.
A Carolina do Sul aprovou a execução por fuzilamento em 2021, em parte devido à dificuldade em obter os medicamentos necessários para a injeção letal. Desde então, a infraestrutura do Departamento Penitenciário foi adaptada para realizar esse tipo de execução, que agora será feita na mesma sala utilizada para a injeção letal.


As testemunhas da execução, incluindo familiares das vítimas, jornalistas e advogados, poderão observar o processo através de um vidro reforçado. O advogado de Sigmon expressou sua preocupação com o impacto psicológico que a execução pode ter sobre os presentes, afirmando que “vai ser traumático”.
O fuzilamento, embora considerado por alguns como um método mais humano, tem uma longa e violenta história nos Estados Unidos, sendo utilizado em contextos de repressão política e punição militar. Desde 1977, apenas três execuções por fuzilamento ocorreram, todas em Utah, com a última registrada em 2010.
Sigmon, que se encontra no corredor da morte há 23 anos, já teve três datas de execução marcadas, todas suspensas devido à falta de drogas letais. Ele agora aguarda a decisão da Suprema Corte dos EUA, que pode intervir e adiar sua execução.
Se a execução ocorrer, Sigmon receberá sua última refeição com outros prisioneiros do corredor da morte e poderá fazer uma declaração final antes de ser amarrado a uma cadeira e coberto com um capuz. O processo de execução está previsto para ser concluído em menos de cinco minutos, um tempo significativamente mais curto do que o necessário para uma injeção letal.
Desde que a pena de morte foi restabelecida nos EUA, em 1976, a Carolina do Sul não concedeu clemência a nenhum condenado à morte. A expectativa é que, se não houver intervenções de última hora, Sigmon será levado à câmara de execução e enfrentará a morte por fuzilamento, um método que gera controvérsias e discussões sobre a ética da pena capital.
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