
STF mantém teto de preços para serviços funerários em São Paulo após decisão de Dino
Ministro Flávio Dino reafirma a necessidade de fiscalização e transparência nos serviços funerários da capital paulista
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter a medida que estabelece um teto para os preços dos serviços funerários, cemiteriais e de cremação no município de São Paulo. A decisão, que já havia sido tomada em novembro do ano passado, visa garantir que os valores cobrados respeitem os preços praticados antes da concessão dos serviços à iniciativa privada, com atualizações baseadas no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A medida surge em resposta a preocupações levantadas pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB), que alegou que as concessionárias privadas estariam cobrando tarifas excessivas. Em contrapartida, a prefeitura argumentou que não houve aumento substancial nos preços após a privatização.
O Cemitério da Consolação, um dos mais antigos da cidade, abriga aproximadamente 8.500 túmulos de personalidades como a artista Tarsila do Amaral e o ex-presidente Washington Luís. Este local é um importante ponto turístico e cultural, recebendo visitas guiadas que são realizadas de forma alternada às sextas e sábados, com ingressos gratuitos que devem ser reservados online.
Para esclarecer as divergências sobre os preços, o Núcleo de Processos Estruturais Complexos (Nupec) do STF analisou metodologias propostas tanto pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de São Paulo (Sindsep) quanto pela prefeitura. A análise revelou que, enquanto a prefeitura indicava uma redução nos preços, o Sindsep apontava um aumento, além de inconsistências nos valores efetivamente praticados pelas concessionárias.


Dino enfatizou a importância de uma colaboração eficaz entre as partes envolvidas para resolver as questões em aberto. Ele indeferiu o pedido de reconsideração da prefeitura e complementou a medida cautelar, exigindo ações concretas para assegurar a qualidade e a acessibilidade dos serviços funerários.
Entre as determinações, a prefeitura de São Paulo deverá aumentar a transparência sobre os preços, disponibilizar cartilhas informativas sobre os direitos dos usuários, fortalecer canais de denúncias e ampliar o quadro de fiscais. Além disso, foi recomendado o reajuste das multas aplicáveis às concessionárias e a elaboração de um relatório detalhado sobre denúncias, fiscalizações e penalidades aplicadas.
A decisão de Dino foi recebida com expectativa, uma vez que o município deverá agora cumprir uma série de obrigações para garantir a transparência e a fiscalização dos serviços funerários. A medida poderá ser revista no futuro, dependendo do cumprimento das determinações estabelecidas.
O debate sobre a privatização dos serviços funerários em São Paulo continua a gerar discussões acaloradas, especialmente em um momento em que o acesso a serviços essenciais é crucial para a população. A manutenção do teto de preços é vista como uma tentativa de proteger os cidadãos em um momento de vulnerabilidade.
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