Estudo aponta que a maioria das agressões ocorre no ambiente doméstico, por parceiros ou ex-parceiros.
10 de Março de 2025 às 14h16

Pesquisa revela que 21,4 milhões de mulheres sofreram violência no Brasil em um ano

Estudo aponta que a maioria das agressões ocorre no ambiente doméstico, por parceiros ou ex-parceiros.

Um levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e o Instituto Datafolha revelou que, nos últimos 12 meses, 21,4 milhões de mulheres no Brasil, com 16 anos ou mais, foram vítimas de algum tipo de violência. Este é o maior índice desde 2017, refletindo um aumento alarmante nas agressões enfrentadas por mulheres em todo o país.

A pesquisa, intitulada “Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil”, destaca que quase 20% das mulheres relataram ter sofrido agressões físicas, além de outras formas de violência, como psicológica, moral, patrimonial e sexual. O ambiente doméstico se mantém como o local mais perigoso, com agressores frequentemente sendo parceiros ou ex-parceiros das vítimas.

Os dados mostram que 40% dos casos de violência mais grave foram cometidos por cônjuges, companheiros ou namorados, enquanto 26,8% das agressões foram perpetradas por ex-cônjuges ou ex-companheiros. A pesquisa também revela que a maioria das mulheres (57%) é agredida dentro de sua própria casa.

Além disso, a pesquisa aponta que 8,5 milhões de mulheres foram vítimas de stalking, que consiste em perseguições reiteradas, e 1,5 milhão teve fotos e vídeos íntimos divulgados na internet sem seu consentimento. Esses dados evidenciam a gravidade da violência de gênero no Brasil, que se manifesta de diversas formas.

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Embora a violência contra a mulher seja amplamente reconhecida, a subnotificação dos casos continua a ser um desafio significativo. Muitas vítimas não denunciam os agressores por medo, dependência financeira ou falta de confiança nas autoridades. Apenas 14,2% das mulheres que sofreram violência nos últimos 12 meses procuraram uma Delegacia da Mulher para registrar a ocorrência.

Os especialistas alertam para a necessidade urgente de reforçar políticas públicas e mecanismos de proteção às mulheres, incluindo investimentos em delegacias especializadas e campanhas de conscientização. O aumento dos casos reforça a importância de um combate contínuo à violência de gênero no Brasil.

Os dados também revelam que 47,4% das mulheres não tomaram nenhuma atitude em relação à agressão mais grave sofrida, e a maioria das agressões é presenciada por terceiros, o que levanta preocupações sobre o impacto da violência doméstica em crianças e adolescentes que testemunham esses episódios.

Com uma amostra de 2.007 entrevistas, a pesquisa foi realizada entre 10 e 14 de fevereiro de 2025, abrangendo 126 cidades de diferentes portes. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, o que confere maior credibilidade aos dados apresentados.

Esses resultados ressaltam a urgência de ações efetivas para enfrentar a violência contra a mulher no Brasil, um problema que afeta milhões de brasileiras e demanda atenção imediata das autoridades e da sociedade.

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