Ex-assessor de Jair Bolsonaro apresenta defesa e nega envolvimento em plano golpista, alegando falta de provas.
11 de Março de 2025 às 07h08

Defesa de Filipe Martins solicita ao STF rejeição de denúncia por tentativa de golpe

Ex-assessor de Jair Bolsonaro apresenta defesa e nega envolvimento em plano golpista, alegando falta de provas.

Filipe Martins, ex-assessor especial de Assuntos Internacionais do ex-presidente Jair Bolsonaro, protocolou nesta segunda-feira (10) no Supremo Tribunal Federal (STF) sua defesa preliminar, na qual solicita a rejeição da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A acusação envolve uma suposta tentativa de golpe de Estado, entre outros crimes.

Martins foi intimado a se manifestar após a PGR dividir a denúncia em cinco partes, relacionadas a diferentes núcleos de atuação. O prazo para a apresentação da defesa se encerrava nesta data, e a íntegra do documento foi disponibilizada em formato PDF.

O ex-assessor é mencionado nas investigações como um dos responsáveis por elaborar minutas que teriam sido apresentadas a Bolsonaro, com o intuito de obter apoio das Forças Armadas para um plano considerado golpista. Segundo a Polícia Federal (PF), Martins teria atuado no chamado “núcleo jurídico”, que visava a criação de um estado de sítio e a alteração do resultado das eleições de 2022, em que Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito presidente.

As investigações indicam que o objetivo desse grupo era a decretação de um estado de defesa no âmbito do Tribunal Superior Eleitoral, com a intenção de garantir a “conformidade e legalidade” do processo eleitoral. Martins também teria participado de reuniões para discutir a elaboração das minutas, conforme depoimento do ex-comandante do Exército, general Freire Gomes.

Além de Martins, outros nomes foram citados como integrantes do “núcleo jurídico”, incluindo o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. A PGR classificou Martins como parte de um “núcleo de gerência”, mas outros envolvidos foram excluídos da denúncia.

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O ex-assessor foi preso preventivamente em fevereiro de 2024 durante a operação Tempus Veritatis e permaneceu detido por seis meses. A prisão foi motivada pela suspeita de que ele poderia fugir do país, mas a PGR reconheceu que havia indícios de que Martins não havia deixado o Brasil.

A defesa de Martins argumenta que não existem provas que liguem seu cliente à minuta do golpe, descrevendo o documento como “apócrifo” e afirmando que sua origem se limita a um delator. Os advogados pedem a anulação da delação de Mauro Cid e criticam a prisão do ex-assessor, alegando que ela foi realizada sem fundamentos jurídicos legítimos.

Os advogados também solicitam que os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin sejam impedidos de participar do julgamento, alegando que eles demonstraram interesse pessoal no caso e pressionaram Martins a delatar.

A defesa de Filipe Martins enfatiza que a prisão e as acusações contra ele refletem uma tentativa de perseguição política, semelhante ao que foi alegado por Luiz Inácio Lula da Silva durante as investigações da Operação Lava-Jato.

O desdobramento desse caso no STF é aguardado, com a expectativa de que a 1ª Turma do tribunal analise a denúncia e decida se aceita ou não as acusações contra Martins e outros denunciados.

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