Arquiteta aguarda decisão do Superior Tribunal de Justiça sobre sua prisão após condenação por triplo homicídio em 2019.
11 de Março de 2025 às 07h38

STJ julga pedido de prisão de Adriana Villela, condenada por assassinato no DF

Arquiteta aguarda decisão do Superior Tribunal de Justiça sobre sua prisão após condenação por triplo homicídio em 2019.

A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) se reúne nesta terça-feira (11) para deliberar sobre o pedido de prisão da arquiteta Adriana Villela, condenada em 2019 pelo assassinato de seus pais, o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela, e a advogada Maria Carvalho Mendes Villela, além da empregada da família, Francisca Nascimento da Silva.

Adriana foi sentenciada a uma pena total de 67 anos e 6 meses de reclusão, após um julgamento que durou 10 dias, considerado o mais longo da história do Distrito Federal. Apesar da condenação, a arquiteta recorre em liberdade, uma decisão que foi permitida por um juiz, mesmo diante do pedido de prisão imediata feito pelo Ministério Público.

O caso, que ocorreu em 28 de agosto de 2009, ficou conhecido como o “Crime da 113 Sul”, em referência ao luxuoso apartamento onde as vítimas foram encontradas. Os corpos, descobertos em estado de decomposição, apresentavam múltiplas facadas, e a cena do crime despertou a atenção das autoridades devido à ausência de arrombamento na porta do imóvel.

Os ministros do STJ não reavaliarão as provas do caso, mas discutirão a aplicação da lei em relação ao pedido de prisão. A defesa de Adriana argumenta que a condenação foi baseada em evidências insuficientes e que a participação dela nos crimes não foi comprovada. Eles sustentam que a decisão do júri foi contrária às provas apresentadas durante o julgamento.

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O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e o Ministério Público Federal (MPF) apoiam a execução imediata da pena, citando uma decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF) que permite a prisão de condenados pelo tribunal do júri, mesmo que ainda haja recursos pendentes. O MPDFT argumenta que não há fundamentos que justifiquem a anulação da condenação e que a tese defendida pela defesa não se sustenta.

A defesa, por sua vez, contesta a validade do júri, alegando que houve cerceamento do direito de defesa e que a investigação não considerou provas que poderiam inocentar Adriana. O relator do caso, ministro Rogério Schietti Cruz, deverá apresentar seu voto após a sustentação oral das partes.

O julgamento de hoje é crucial, pois pode resultar na execução imediata da pena de Adriana Villela ou na anulação do veredito do júri, levando a um novo processo. A expectativa é alta, dado o histórico e a notoriedade do caso, que continua a atrair a atenção da mídia e do público.

A série documental “Crime da 113 Sul”, disponível no Globoplay, explora os detalhes do caso e a investigação que se seguiu ao triplo homicídio, apresentando entrevistas com testemunhas e profissionais envolvidos no processo. A produção revela aspectos inéditos sobre o crime e suas repercussões na sociedade brasileira.

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