A operação no Complexo de Israel visa cumprir mandados contra o traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão.
11 de Março de 2025 às 09h43

Polícia realiza demolição de resort e academia do traficante Peixão no Rio de Janeiro

A operação no Complexo de Israel visa cumprir mandados contra o traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão.

Na manhã desta terça-feira (11), a Polícia Civil e a Polícia Militar do Rio de Janeiro iniciaram uma grande operação no Complexo de Israel, localizado na zona norte da cidade, para cumprir mandados de busca e apreensão relacionados ao traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, mais conhecido como Peixão. A ação inclui a demolição de um luxuoso resort e de uma academia que serviam como pontos de encontro para atividades criminosas.

Os agentes chegaram ao local logo cedo e se depararam com o que foi descrito como um “resort” do traficante, que contava com uma construção de alto padrão, incluindo um lago artificial, piscina e churrasqueira. O secretário de Segurança Pública, Felipe Curi, confirmou que os dois imóveis serão demolidos devido à sua construção irregular em área de preservação ambiental, que resultou em significativa supressão de vegetação nativa e alteração do curso d’água.

A academia, que também foi alvo da operação, era utilizada por membros da facção criminosa como um ponto de encontro. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram que os equipamentos foram retirados do local antes de sua destruição, indicando uma possível preparação para a ação policial.

A Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) apontou que os imóveis de Peixão eram utilizados para armazenar armas e drogas, além de servirem como esconderijo e base operacional do traficante. A investigação revelou que o luxuoso imóvel em Parada de Lucas foi financiado com dinheiro ilícito.

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A operação, que começou por volta das 4h30, enfrentou resistência, com relatos de tiroteios e barricadas que dificultaram o acesso dos policiais às comunidades do Complexo de Israel. Como medida de segurança, a Avenida Brasil, uma das principais vias expressas do Rio, foi temporariamente fechada nos dois sentidos.

Além da DRE, a operação conta com a participação da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), assim como policiais militares do Comando de Operações Especiais (COE). Juntas, essas forças buscam recolher provas contra os investigados e apreender armas de fogo, equipamentos eletrônicos e documentos.

A ação também impactou o transporte público da região. A circulação de BRTs, trens e ônibus foi afetada, com algumas linhas tendo seus itinerários alterados ou serviços suspensos. Segundo a MobiRio, os serviços do corredor Transbrasil já estavam normalizados por volta das 7h15, mas as linhas de ônibus 335 e 905 enfrentaram desvios.

As escolas e unidades de saúde na área também sofreram interrupções em seus atendimentos, com várias instituições fechando suas portas devido à operação policial. A Secretaria Municipal de Educação informou que oito unidades em Cidade Alta e outras em Parada de Lucas e Vigário Geral foram afetadas.

O traficante Peixão, que lidera o Terceiro Comando Puro (TCP), é um dos criminosos mais procurados do estado e tem um histórico de violência e controle sobre a região, incluindo a imposição de uma “ditadura religiosa” que expulsa seguidores de religiões afro-brasileiras.

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