Deputada é ré por episódio em que perseguiu eleitor de Lula com arma em punho na véspera do segundo turno de 2022.
11 de Março de 2025 às 14h55

STF julgará Carla Zambelli por porte ilegal de arma em março após liberação de Gilmar Mendes

Deputada é ré por episódio em que perseguiu eleitor de Lula com arma em punho na véspera do segundo turno de 2022.

O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciará o julgamento da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na semana de 21 a 28 de março. A parlamentar é ré por porte ilegal de arma de fogo, em um caso que ganhou notoriedade após um incidente em outubro de 2022, quando perseguiu um eleitor do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva em uma rua de São Paulo.

O ministro Gilmar Mendes, relator do caso, autorizou o julgamento virtual, onde os ministros apresentarão seus votos por meio do sistema digital do tribunal. O primeiro a se manifestar será Mendes, seguido pelos demais integrantes da corte que poderão concordar ou divergir de sua posição.

O episódio em questão ocorreu na véspera do segundo turno das eleições presidenciais de 2022, quando Zambelli, armada com uma pistola calibre 9 mm, perseguiu o jornalista Luan Araújo após uma discussão. Durante a abordagem, a deputada apontou a arma para o eleitor e o rendeu dentro de uma lanchonete, obrigando-o a se deitar no chão.

Além do porte ilegal de arma, Zambelli também enfrentará acusações de constrangimento ilegal. A ação penal foi aceita pelo STF após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar a denúncia, a qual foi aprovada por nove dos onze ministros da corte.

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Procurada pela imprensa, a assessoria de Zambelli declarou que a deputada ainda não foi notificada sobre a decisão do STF, mas que, se necessário, ela demonstrará sua inocência “com serenidade”.

O caso gerou repercussão significativa e é visto por muitos como um dos fatores que contribuíram para a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022. Desde o incidente, a relação entre Zambelli e o ex-presidente se deteriorou, levando a deputada a um isolamento dentro do bolsonarismo.

O julgamento virtual do STF é uma modalidade que permite a análise de casos sem a necessidade de reunião presencial dos ministros, o que tem se tornado cada vez mais comum em tempos de pandemia. O tribunal busca agilidade na tramitação de processos, mantendo a transparência através da divulgação dos votos no sistema online.

Os desdobramentos do julgamento de Zambelli poderão impactar não apenas sua carreira política, mas também a percepção pública sobre a segurança e o uso de armas no Brasil, especialmente em um contexto eleitoral polarizado.

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