Dezenas de milhares de iemenitas se reuniram em várias cidades após bombardeios americanos que deixaram mortos e feridos.
17 de Março de 2025 às 15h02

Manifestações massivas no Iémen em resposta a ataques aéreos dos EUA

Dezenas de milhares de iemenitas se reuniram em várias cidades após bombardeios americanos que deixaram mortos e feridos.

Na segunda-feira, 17 de março, dezenas de milhares de iemenitas se manifestaram em Sanaa e em outras cidades do país, em resposta aos recentes ataques aéreos realizados pelos Estados Unidos contra redutos do movimento rebelde Houthi. Os bombardeios, que ocorreram no último sábado, resultaram na morte de pelo menos 53 pessoas, incluindo cinco crianças, e deixaram cerca de 98 feridos, segundo informações divulgadas pelos próprios rebeldes.

A mobilização foi convocada pelo líder dos Houthis, Abdel Malek al-Houthi, que pediu aos cidadãos que se reunissem em massa para protestar contra as ações militares dos EUA. Os manifestantes, que se concentraram na Praça Sabine, na capital, empunhavam bandeiras iemenitas e palestinas, além de armas e cópias do Corão, enquanto gritavam slogans como “Mort à América, mort à Israel”.

Os Houthis, que são apoiados pelo Irã, afirmaram ter realizado uma operação militar em resposta aos ataques, atacando o porta-aviões USS Harry Truman no Mar Vermelho. De acordo com os rebeldes, foram disparados 18 mísseis e um drone contra a embarcação e seus navios de guerra acompanhantes.

A escalada de tensões entre os EUA e os Houthis se intensificou após os bombardeios, que visaram não apenas Sanaa, mas também outras áreas sob controle rebelde. A situação no Iémen se agrava em meio a um contexto de crise humanitária que já afeta o país há anos, exacerbada pela guerra civil que começou em 2014.

O presidente americano, Donald Trump, reagiu aos ataques, prometendo “inferno” aos “terroristas houthis” e alertando o governo iraniano sobre seu apoio ao movimento rebelde. Desde o início da guerra em Gaza, os Houthis têm atacado navios associados a Israel, afirmando agir em solidariedade com os palestinos.

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As manifestações no Iémen também refletem um sentimento crescente de resistência entre os cidadãos, que se sentem ameaçados pelas intervenções estrangeiras em seu país. As imagens das mobilizações foram amplamente divulgadas pela televisão Al-Massira, que é controlada pelos Houthis.

Além das manifestações em Sanaa, houve protestos em outras cidades como Saadah, Hodeida, Amran e Dhamar, onde os participantes também expressaram sua indignação contra os ataques aéreos. A resposta dos Houthis às ações americanas inclui um apelo à mobilização popular e à resistência militar.

A guerra civil no Iémen já causou centenas de milhares de mortes e transformou o país em um dos cenários humanitários mais críticos do mundo, de acordo com a ONU. A comunidade internacional observa com preocupação a escalada do conflito e as suas implicações para a segurança regional.

Enquanto isso, a ONU pede um cessar-fogo e um diálogo entre as partes envolvidas, na esperança de encontrar uma solução pacífica para a crise que assola o Iémen e a região do Oriente Médio.

Os ataques aéreos americanos e as respostas dos Houthis são apenas mais um capítulo em um conflito que se arrasta há anos, com consequências devastadoras para a população civil e um futuro incerto para o país.

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