
Rodrigo Pacheco recusa convite de Lula para ministério e foca no Senado
Ex-presidente do Senado decidiu não assumir cargo no governo e prioriza seu mandato em Minas Gerais.
O ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), informou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que não aceitará o convite para assumir um ministério em seu governo. A reunião entre os dois ocorreu no último sábado, 15, no Palácio da Alvorada, e também contou com a presença do atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
Pacheco, que já ocupou a presidência do Senado, expressou sua intenção de concentrar esforços em seu mandato e em propostas que possam avançar na Casa Alta do Congresso. Ele se comprometeu a ser um aliado do governo durante os dois anos restantes de seu mandato.
A recusa do convite para o ministério não surpreendeu os aliados do senador, que já observavam uma postura ambígua de Pacheco em relação ao governo. Embora tenha manifestado interesse em assumir uma das pastas, como o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, ou o da Justiça, ambos ocupados atualmente por Geraldo Alckmin e Ricardo Lewandowski, respectivamente, Pacheco decidiu não pressionar pela saída de nenhum deles.
Fontes próximas ao senador relataram que ele não apoiaria a troca de ministros para assumir um cargo no governo, considerando que essa decisão cabe ao presidente da República. A resistência de Pacheco em aceitar um ministério pode ter contribuído para a estagnação das negociações em torno de uma reforma ministerial.


Além disso, a recusa ocorre em um contexto de baixa popularidade do presidente Lula, especialmente em Minas Gerais, berço político de Pacheco. Durante a reunião, o senador reafirmou sua disposição de apoiar o governo, mas deixou claro que sua prioridade será o mandato no Senado.
Lula, por sua vez, busca fortalecer sua base em Minas Gerais, especialmente com vistas a uma possível candidatura à reeleição em 2026 ou para indicar um sucessor. Apesar dos gestos de aproximação do presidente, Pacheco tem demonstrado hesitação em relação a uma eventual aliança mais formal com o governo.
Nos últimos meses, Pacheco passou um período nos Estados Unidos e, durante esse tempo, houve tentativas de aproximação por parte de petistas, que visavam garantir sua adesão ao governo. No entanto, até o momento, essas tentativas não resultaram em uma mudança de posição do senador.
Em janeiro, Lula havia manifestado o desejo de lançar Pacheco como candidato ao governo de Minas Gerais em 2026. Contudo, a avaliação no Palácio do Planalto é de que, se Pacheco não assumir um ministério com influência, será difícil para ele consolidar uma candidatura forte para o próximo pleito eleitoral.
Com isso, a estratégia de Pacheco parece ser a de continuar atuando como parlamentar em Minas Gerais, o que pode proporcionar uma base sólida para suas futuras ambições políticas, sem as amarras que um cargo ministerial poderia impor.
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