
Starbucks é condenada a pagar US$ 50 milhões a entregador por queimaduras com chá quente
A justiça determinou que a Starbucks indenize um entregador que se queimou com chá quente em um drive-thru na Califórnia.
A rede de cafeterias Starbucks foi condenada a pagar 50 milhões de dólares (aproximadamente 285 milhões de reais) a Michael Garcia, um entregador que sofreu queimaduras de terceiro grau em sua virilha após um incidente em um drive-thru na Califórnia, em fevereiro de 2020.
Segundo os advogados de Garcia, o funcionário que lhe entregou três bebidas grandes não posicionou corretamente uma delas no suporte de papelão. Ao pegar a bandeja, a bebida inclinou-se, resultando em queimaduras graves em áreas sensíveis do corpo do entregador.
O comunicado do Trial Lawyers for Justice, divulgado na última sexta-feira (14), detalha que as queimaduras causaram danos permanentes, levando Garcia a passar por hospitalizações e múltiplos enxertos de pele ao longo de cinco anos.
“Michael viveu com desfiguração, dor e problemas psicológicos decorrentes das queimaduras”, afirmaram os advogados. A firma, que atua em casos de indenização onde só recebe se houver vitória, informou que a Starbucks negou sua responsabilidade, mas antes do julgamento, ofereceu um acordo de 30 milhões de dólares.
Entretanto, a empresa se recusou a emitir um pedido de desculpas público e a implementar as mudanças de políticas solicitadas por Garcia, o que levou o caso a ser levado a julgamento.


Um júri em Los Angeles decidiu pela indenização de 50 milhões de dólares, valor que pode ultrapassar 60 milhões após a inclusão de taxas e custos legais, conforme afirmaram os advogados do entregador.
“A Corporação Starbucks negou sua responsabilidade consistentemente por cinco anos, até o julgamento, e tentou evitar sua responsabilidade”, disseram os advogados em um comunicado.
Um porta-voz da Starbucks, Jaci Anderson, declarou que a empresa recorrerá da decisão, afirmando: “Simpatizamos com o senhor Garcia, mas discordamos da decisão do júri de que este incidente seja nossa culpa e acreditamos que é excessiva.”
Anderson também ressaltou que a Starbucks sempre se comprometeu com os mais altos padrões de segurança em suas lojas, incluindo o manuseio de bebidas quentes.
O caso de Garcia remete a um famoso processo de 1994 contra a McDonald's, onde uma mulher foi indenizada após sofrer queimaduras com café quente, o que gerou amplos debates sobre responsabilidade e segurança em serviços de alimentação.
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