Crescimento das emissões de gases de efeito estufa e fenômenos climáticos extremos são apontados como causas do aumento das temperaturas.
20 de Março de 2025 às 09h36

Relatório da ONU confirma 2024 como o ano mais quente em 175 anos de registros

Crescimento das emissões de gases de efeito estufa e fenômenos climáticos extremos são apontados como causas do aumento das temperaturas.

A Organização Meteorológica Mundial (OMM), vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), anunciou que 2024 se tornou o ano mais quente já registrado nos últimos 175 anos. As temperaturas globais superaram em 1,5 °C os níveis do período pré-industrial, que vai de 1850 a 1900. O estudo revela um aumento contínuo, com médias variando entre 1,34 °C e 1,41 °C.

Celeste Saulo, secretária-geral da OMM, alertou que esse aumento alarmante nas temperaturas representa um sério risco para a vida, as economias e o meio ambiente. O relatório atribui o recorde de calor ao crescimento das emissões de gases de efeito estufa, além da alternância entre os fenômenos climáticos La Niña e El Niño.

Os dados coletados indicam que as concentrações de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso atingiram níveis recordes na atmosfera. O aquecimento dos oceanos e a elevação do nível do mar foram observados, enquanto os últimos três anos mostraram as menores áreas de gelo na Antártida e a maior perda de massa glacial. No Ártico, as extensões de gelo estão nas menores marcas em quase duas décadas.

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Eventos climáticos extremos, combinados com conflitos, têm exacerbado as crises alimentares em 18 países ao redor do mundo. O secretário-geral da ONU, António Guterres, enfatizou que ainda há tempo para conter o aumento da temperatura global, desde que os líderes mundiais adotem as medidas necessárias.

O relatório foi elaborado com base em dados coletados de serviços meteorológicos e hidrológicos nacionais, além de colaborações de parceiros da ONU, refletindo a gravidade da situação climática atual. Os pesquisadores destacam que a temperatura global superou pela primeira vez a média do período pré-industrial em 1,5 °C, um marco que serve como um claro sinal de alerta sobre os riscos crescentes.

Além disso, 90% da energia dos gases do efeito estufa é armazenada nos oceanos, e a taxa de aquecimento das águas foi a mais alta dos últimos 65 anos. A OMM observa que a situação exige atenção imediata e ações concretas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas a longo prazo.

O impacto dessas mudanças foi sentido globalmente, com o agravamento das crises alimentares impulsionado por fenômenos meteorológicos extremos, conflitos e os altos preços dos alimentos. A necessidade de um compromisso renovado com as energias renováveis e a sustentabilidade é mais urgente do que nunca.

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