
Relatório da ONU confirma 2024 como o ano mais quente em 175 anos de registros
Crescimento das emissões de gases de efeito estufa e fenômenos climáticos extremos são apontados como causas do aumento das temperaturas.
A Organização Meteorológica Mundial (OMM), vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), anunciou que 2024 se tornou o ano mais quente já registrado nos últimos 175 anos. As temperaturas globais superaram em 1,5 °C os níveis do período pré-industrial, que vai de 1850 a 1900. O estudo revela um aumento contínuo, com médias variando entre 1,34 °C e 1,41 °C.
Celeste Saulo, secretária-geral da OMM, alertou que esse aumento alarmante nas temperaturas representa um sério risco para a vida, as economias e o meio ambiente. O relatório atribui o recorde de calor ao crescimento das emissões de gases de efeito estufa, além da alternância entre os fenômenos climáticos La Niña e El Niño.
Os dados coletados indicam que as concentrações de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso atingiram níveis recordes na atmosfera. O aquecimento dos oceanos e a elevação do nível do mar foram observados, enquanto os últimos três anos mostraram as menores áreas de gelo na Antártida e a maior perda de massa glacial. No Ártico, as extensões de gelo estão nas menores marcas em quase duas décadas.


Eventos climáticos extremos, combinados com conflitos, têm exacerbado as crises alimentares em 18 países ao redor do mundo. O secretário-geral da ONU, António Guterres, enfatizou que ainda há tempo para conter o aumento da temperatura global, desde que os líderes mundiais adotem as medidas necessárias.
O relatório foi elaborado com base em dados coletados de serviços meteorológicos e hidrológicos nacionais, além de colaborações de parceiros da ONU, refletindo a gravidade da situação climática atual. Os pesquisadores destacam que a temperatura global superou pela primeira vez a média do período pré-industrial em 1,5 °C, um marco que serve como um claro sinal de alerta sobre os riscos crescentes.
Além disso, 90% da energia dos gases do efeito estufa é armazenada nos oceanos, e a taxa de aquecimento das águas foi a mais alta dos últimos 65 anos. A OMM observa que a situação exige atenção imediata e ações concretas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas a longo prazo.
O impacto dessas mudanças foi sentido globalmente, com o agravamento das crises alimentares impulsionado por fenômenos meteorológicos extremos, conflitos e os altos preços dos alimentos. A necessidade de um compromisso renovado com as energias renováveis e a sustentabilidade é mais urgente do que nunca.
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