
Finlândia se destaca como o país mais feliz do mundo; Brasil avança para 36º lugar
Relatório da ONU revela os fatores que influenciam a felicidade global
A Finlândia foi novamente eleita o país mais feliz do mundo, ocupando a primeira posição pelo oitavo ano consecutivo, conforme o relatório anual sobre felicidade, divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quinta-feira (20). O documento, que analisa dados de 2022 a 2024, considera fatores como PIB per capita, apoio social, expectativa de vida saudável, liberdade, generosidade e índices de corrupção.
Os países nórdicos continuam a dominar o ranking, com Dinamarca, Islândia e Suécia ocupando as posições seguintes. O Brasil, por sua vez, subiu oito posições em relação ao ano anterior, passando da 44ª para a 36ª colocação. Em 2014, o país alcançou a 16ª posição, mostrando uma trajetória de altos e baixos ao longo dos anos.
Os Estados Unidos, que já estiveram entre os dez primeiros, caíram para o 24º lugar, marcando sua pior classificação desde a criação do relatório em 2012, quando ocupavam a 11ª posição. O estudo aponta que o aumento do número de pessoas que fazem refeições sozinhas é um dos fatores que contribuem para a queda do bem-estar nos Estados Unidos, com um aumento de 53% nas últimas duas décadas.
O relatório também destaca que quase 25% dos americanos relataram ter feito uma refeição sozinha no dia anterior à pesquisa. Além disso, os Estados Unidos estão entre os poucos países que registram um aumento nas chamadas “mortes por desespero”, que incluem suicídios e mortes relacionadas ao uso excessivo de álcool e drogas.


Na América Latina, Costa Rica e México se destacam, ocupando o 6º e 10º lugares, respectivamente. O Afeganistão, que enfrenta uma grave crise humanitária desde que os talibãs retomaram o poder em 2020, continua a ser classificado como o país mais infeliz do mundo.
A metodologia do relatório se baseia em uma média de três anos de avaliações pessoais sobre a satisfação com a vida, além de considerar indicadores econômicos e sociais. Frank Martela, professor adjunto da Universidade Aalto, na Finlândia, comentou sobre os resultados, afirmando que “os finlandeses estão relativamente satisfeitos com suas vidas”, devido a uma sociedade que funciona bem.
Martela destaca que “a democracia é forte, as eleições são livres e a corrupção é baixa”, fatores que contribuem para um maior bem-estar nacional. Ele também menciona que a apreciação pela natureza, característica marcante da Finlândia, é um elemento importante para a felicidade dos cidadãos.
O relatório deste ano traz evidências de que atos de generosidade e a crença na bondade dos outros são preditores significativos de felicidade, superando até mesmo o impacto de um salário mais alto. Os países nórdicos, com seus sistemas de proteção social robustos, como licenças de maternidade e paternidade, e assistência de saúde universal, também apresentam níveis elevados de bem-estar.
Os dados revelam que a taxa de devolução de carteiras perdidas é muito maior do que as pessoas esperam, o que demonstra um nível de confiança nas comunidades. O relatório conclui que a felicidade é um fenômeno complexo, influenciado por múltiplos fatores sociais e econômicos.
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