PP avança na federação com União Brasil e pode se tornar a maior bancada da Câmara
Decisão unânime do PP depende agora da deliberação do União Brasil, prevista para esta semana.
A bancada do Partido Progressistas (PP) decidiu, em reunião realizada na terça-feira, 18, avançar com a proposta de federação com o União Brasil. Essa união pode resultar na formação da maior bancada da Câmara dos Deputados, com um total de 106 deputados, caso o União Brasil também aprove a aliança em sua deliberação interna, que deve ocorrer ao longo da semana.
O presidente do PP, Ciro Nogueira, afirmou que a decisão foi unânime entre os dirigentes estaduais e a bancada do partido. Ele declarou: “Aprovamos por unanimidade. Está aprovado, se o União decidir, vamos agora para fazer o estatuto.”
Antonio Rueda, presidente do União Brasil, deverá fornecer uma posição oficial sobre a federação até a próxima sexta-feira. A proposta prevê a divisão dos comandos estaduais da federação entre os dois partidos, levando em consideração a proporção de deputados de cada sigla no Congresso. A presidência da federação será exercida de forma intercalada, com a possibilidade de iniciar pelo PP, sob a liderança de Arthur Lira.
Na semana anterior, Nogueira se reuniu com o deputado federal Marcos Pereira, presidente do Republicanos, e ambos decidiram não seguir com a federação entre suas legendas. Assim, a aliança agora se concentra apenas entre o PP e o União Brasil, desde que haja concordância entre as bancadas.
A federação partidária é um mecanismo que permite a união de dois ou mais partidos para atuar como uma única entidade por um período mínimo de quatro anos. Nesse modelo, as siglas compartilham recursos do Fundo Partidário, tempo de televisão e unificam suas plataformas programáticas.
Atualmente, as maiores bancadas da Câmara são do PL, com 99 deputados, e do PT, que conta com 80. O União Brasil possui 59 cadeiras, enquanto o PP tem 47. A criação da federação entre esses dois partidos garantiria a maior força na Câmara, o que é estratégico para a divisão de comissões e a escolha de prioridades legislativas.
Além disso, a federação pode ampliar a presença dos partidos em cargos executivos, como prefeitos e governadores, fortalecendo a união das siglas em disputas eleitorais futuras.
As federações foram introduzidas pela reforma eleitoral de 2021, permitindo que partidos se organizem e mantenham sua atuação política diante das restrições impostas pela cláusula de desempenho e o fim das coligações em eleições proporcionais, estabelecidas em 2017. Para formar uma federação, as siglas devem se registrar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e manter suas estruturas partidárias, mas com a obrigação de lançar candidaturas únicas para cargos majoritários.
Até o momento, existem três federações em vigor no Brasil, todas formadas em 2022, incluindo a que reúne PT, PCdoB e PV, além de outras combinações como PSDB e Cidadania, e PSOL e Rede.
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