Cerimônia especial destaca o papel do ex-presidente na transição democrática do país após a ditadura militar.
18 de Março de 2025 às 15h17

Senado homenageia José Sarney pelos 40 anos da redemocratização do Brasil

Cerimônia especial destaca o papel do ex-presidente na transição democrática do país após a ditadura militar.

O Senado Federal realizou nesta terça-feira (18) uma cerimônia especial para celebrar os 40 anos da redemocratização do Brasil, homenageando o ex-presidente José Sarney (MDB), figura emblemática desse processo histórico.

A sessão, que reuniu representantes do governo, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal Militar (STM), destacou a importância de Sarney, que assumiu a presidência em 15 de março de 1985, após a eleição de Tancredo Neves, que não pôde tomar posse devido a problemas de saúde.

A ascensão de José Sarney ao cargo de presidente simbolizou o início da transição democrática no Brasil, encerrando um período de 21 anos de ditadura militar que se caracterizou pela repressão e pela violação dos direitos humanos.

Durante seu mandato, que se estendeu até 1990, Sarney foi um dos principais responsáveis pela consolidação da democracia, promovendo a convocação da Assembleia Constituinte que resultou na promulgação da Constituição de 1988, marco fundamental da nova era democrática.

Na cerimônia, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), entregou uma placa em reconhecimento ao legado de Sarney, referindo-se a ele como um “penhor” da democracia brasileira. Alcolumbre destacou que Sarney desempenhou um papel crucial em um dos períodos mais desafiadores da história do país.

“José Sarney foi fundamental para garantir o diálogo entre as diferentes forças políticas, assegurando a governabilidade em um momento de profundas mudanças institucionais”, afirmou Alcolumbre.

O ex-presidente do STF, Dias Toffoli, também fez questão de ressaltar a importância de Sarney, afirmando que ele “não deixou a democracia morrer em suas mãos”.

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O ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), elogiou Sarney, afirmando que ele deve ter o “sentimento absoluto de dever cumprido pelo que prestou a essa nação”.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), que participou da Assembleia Constituinte, descreveu Sarney como “pai, coração e os olhos da democracia brasileira moderna”, ressaltando seu papel na elaboração da Constituição.

O evento também enfatizou o compromisso dos Poderes com a democracia e o Estado Democrático de Direito. Alcolumbre expressou o desejo de “vida longa à democracia” e reafirmou a missão do Congresso de garantir o equilíbrio institucional.

“Que esta sessão sirva não apenas para relembrar o passado, mas para reafirmarmos nosso compromisso com o futuro do Brasil e com a busca por um país mais justo e próspero para todos”, concluiu Alcolumbre.

Além da homenagem no Senado, a Câmara dos Deputados também realizará uma sessão especial nesta quarta-feira (19) para celebrar o marco da redemocratização, com a presença de José Sarney e a apresentação de uma nova edição do livro “José Sarney”, que contará com um prefácio do presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB).

José Sarney, que completará 95 anos em 24 de abril, não apenas presidiu o Brasil, mas também exerceu cargos como deputado, governador do Maranhão e senador, sendo presidente do Senado em quatro ocasiões.

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