Nova resolução permite que farmacêuticos prescrevam medicamentos em situações específicas
22 de Março de 2025 às 11h30

Conselho Federal de Farmácia aprova prescrição de medicamentos por farmacêuticos

Nova resolução permite que farmacêuticos prescrevam medicamentos em situações específicas

O Conselho Federal de Farmácia (CFF) publicou uma resolução que autoriza farmacêuticos a prescrever medicamentos em determinadas situações, visando aumentar o acesso da população a tratamentos de saúde, especialmente em áreas com escassez de médicos. A medida foi divulgada no Diário Oficial da União e já está em vigor.

De acordo com a nova norma, os farmacêuticos poderão prescrever medicamentos para doenças de baixa complexidade, como gripes, resfriados, dores leves e alergias simples. Além disso, a resolução também permite a prescrição de contraceptivos e medicamentos para auxiliar na cessação do tabagismo, desde que o paciente já tenha sido diagnosticado por um médico anteriormente.

Os farmacêuticos deverão seguir protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas estabelecidas pelo Ministério da Saúde. Também é responsabilidade desses profissionais orientar os pacientes sobre o uso adequado dos medicamentos e encaminhá-los a médicos quando necessário.

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A resolução gerou debates acalorados entre os profissionais da saúde. Defensores da medida argumentam que a iniciativa pode ajudar a aliviar a pressão sobre o sistema de saúde e facilitar o acesso a tratamentos. Por outro lado, críticos expressam preocupações sobre a segurança dos pacientes, sustentando que a prescrição de medicamentos deve ser uma atribuição exclusiva dos médicos.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) manifestou-se contra a resolução, afirmando que a prescrição de medicamentos é uma prerrogativa dos médicos e que a nova norma pode comprometer a saúde da população. Em contrapartida, o CFF defende que a medida está alinhada com práticas internacionais e que os farmacêuticos possuem a formação necessária para exercer essa função de maneira segura.

Vale lembrar que uma resolução similar, que permitia a prescrição de medicamentos por farmacêuticos, foi suspensa pela Justiça em novembro do ano passado. Na ocasião, um juiz da 17ª Vara Federal Civil do Distrito Federal declarou a inconstitucionalidade da norma, argumentando que a prescrição medicamentosa é uma atividade privativa do médico.

Essa nova resolução do CFF representa uma mudança significativa no cenário da saúde no Brasil, especialmente em regiões mais remotas, onde o acesso a médicos é limitado. O impacto da medida deve ser observado nos próximos meses, à medida que farmacêuticos começam a exercer essa nova função.

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