
STF rejeita pedido da defesa de Bolsonaro para ouvir Mauro Cid primeiro
A Primeira Turma do STF negou, por unanimidade, solicitação do advogado de Jair Bolsonaro para priorizar defesa de Mauro Cid.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) negou, por unanimidade, um pedido do advogado Celso Vilardi, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro, para que a defesa do coronel Mauro Cid fosse ouvida antes das demais partes no julgamento que analisa a denúncia sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, firmou um acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal em setembro de 2023, onde fez revelações sobre a trama golpista. Em seu voto, o ministro Alexandre de Moraes destacou que “não há previsão legal para que, antes de iniciada a ação penal, o colaborador se manifeste antes dos demais réus”. Essa decisão foi acompanhada por todos os membros da Turma.
Com a negativa do pedido, as sustentações orais dos advogados seguirão a ordem alfabética dos nomes dos acusados, com cada defesa tendo um tempo de 15 minutos para se manifestar. Na manhã desta terça-feira, 25, o advogado Paulo Renato Garcia Cintra Pinto, que representa o deputado Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), foi o primeiro a se pronunciar.
O julgamento em questão é parte de um processo que envolve não apenas Bolsonaro, mas também outros sete aliados, incluindo ex-ministros e militares, que são acusados de compor o que foi denominado como “núcleo crucial” da tentativa de golpe. A investigação da Polícia Federal tem sido um elemento central para a apuração dos fatos relacionados a este caso.


A defesa de Bolsonaro argumentou que a manifestação de Cid poderia trazer informações relevantes para o processo, mas o STF manteve sua posição de que a ordem das defesas deve ser respeitada conforme a legislação vigente.
A decisão do STF ocorre em um momento em que as tensões políticas no Brasil continuam elevadas, especialmente em relação às investigações sobre os eventos que se seguiram às eleições de 2022. O ex-presidente Bolsonaro, que enfrenta diversas acusações, tem seus advogados buscando estratégias que possam influenciar o andamento dos processos judiciais.
O acordo de delação premiada de Mauro Cid é considerado um marco nas investigações, uma vez que suas declarações têm contribuído para esclarecer os desdobramentos da tentativa de golpe. A colaboração de Cid foi vista como uma oportunidade para a Polícia Federal reunir evidências e informações que possam ser cruciais para o desfecho do caso.
Com a decisão do STF, o andamento do julgamento segue sem interrupções, e as atenções se voltam para as próximas manifestações dos advogados e as possíveis repercussões políticas que poderão surgir a partir dos desdobramentos do processo.
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