Decisão do TSE é confirmada por maioria na Primeira Turma do STF; defesa alega violação da liberdade de expressão.
31 de Março de 2025 às 10h10

STF mantém multa de R$ 40 mil a Jair Bolsonaro por propaganda negativa em 2022

Decisão do TSE é confirmada por maioria na Primeira Turma do STF; defesa alega violação da liberdade de expressão.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) alcançou uma maioria de votos para manter a multa de R$ 40 mil imposta ao ex-presidente Jair Bolsonaro e à sua coligação nas eleições de 2022. A penalidade foi estabelecida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) devido à prática de propaganda negativa contra o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a campanha eleitoral.

Até a manhã desta segunda-feira (31), o placar estava em 3 a 0 a favor da manutenção da multa. Os ministros que votaram contra o recurso foram Flávio Dino, Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia. O presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin, declarou-se impedido, e o voto do ministro Luiz Fux ainda está pendente.

A multa foi aplicada em resposta a uma campanha que impulsionou conteúdos negativos sobre Lula, o que é considerado ilegal segundo a legislação eleitoral brasileira. A defesa de Bolsonaro recorreu ao STF, argumentando que a decisão do TSE violou a liberdade de expressão e de informação.

O relator do caso, Flávio Dino, já havia rejeitado anteriormente o recurso em uma decisão individual. Contudo, a defesa insistiu e o tema foi levado ao plenário virtual da Primeira Turma, onde continua sendo debatido.

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Dino fundamentou seu voto na legalidade da decisão do TSE, afirmando que não houve violação aos direitos alegados pela defesa. Ele destacou que a decisão do tribunal eleitoral está bem embasada e justificada.

O julgamento na Primeira Turma prosseguirá até a próxima sexta-feira (4), a menos que algum ministro solicite um prazo adicional ou opte por levar o assunto ao plenário presencial.

A situação é um reflexo da tensão política que permeou as eleições de 2022, quando a propaganda eleitoral se tornou um campo de batalha entre os candidatos. As regras eleitorais são rigorosas quanto à veiculação de conteúdos que possam denegrir adversários, e a aplicação da multa a Bolsonaro é um exemplo do rigor com que o TSE tem atuado.

Além de Flávio Dino, que é ministro do STF e ex-secretário de Justiça do Maranhão, os outros ministros que votaram pela manutenção da multa têm se mostrado firmes na defesa das normas eleitorais. Alexandre de Moraes, por exemplo, é conhecido por sua atuação em temas relacionados à justiça eleitoral e à proteção da democracia.

A decisão do STF pode ter implicações significativas para o ex-presidente e sua coligação, especialmente em um cenário político já polarizado. A defesa de Bolsonaro deve continuar a buscar alternativas legais para contestar a multa, enquanto o STF avalia o caso em um contexto de crescente atenção pública.

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